Diferentemente do que afirmam namoradas, mães, tias, amigas e irmãs na frente do espelho, não é um fato que as mulheres sempre engordam mais fácil do que os homens. Em termos estatísticos, pode até ser verdade. Mas a questão não tem nada a ver com o gênero, e sim com massa muscular. Explica-se: os homens, geralmente dotados de um volume maior de ossos e músculos, apresentam um metabolismo mais acelerado do que o das mulheres. Mas mulheres musculosas também apresentam um metabolismo turbinado. E homens fracotes, sem músculos, terão um metabolismo mais lento. Resumo: quem vai ditar as regras é a constituição corporal de cada um, e não o sexo.
É verdade que os homens têm alguns outros fatores a seu favor. Para começar, eles contam com a testosterona, o hormônio masculino por excelência, relacionado ao aumento de massa muscular. Elas, por sua vez, são afetadas pelo hormônio feminino estrogênio. “Essa substância trabalha para promover o aumento do peso, ou impedir a sua perda, e isso torna mais difícil para a mulher emagrecer”, diz o médico britânico Ian Campbell, diretor da Weight Concern, entidade de apoio a pessoas com problemas de obesidade. Na Grã-Bretanha, índices de obesidade são similares nos dois sexos – mas há 3 vezes mais probabilidade de que uma mulher seja uma obesa mórbida do que um homem.
Uma pesquisa realizada em 2009 levantou outra hipótese para explicar a diferença entre homens e mulheres. Em estudo realizado em Nova York, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, pesquisadores pediram a um grupo com 23 voluntários (10 homens e 13 mulheres) que ficasse um dia inteiro sem comer. Após esse período, testes mostraram que os homens apresentaram menos atividade em regiões do cérebro associadas ao desejo por comida do que as mulheres. Se comprovada, a habilidade do sexo masculino em se “desligar” das ideias de comida poderia explicar índices menores de obesidade em homens. Mas outros cientistas já se apressaram em contestar o estudo: para o neurocientista Andy Calder, da Universidade de Cambridge, nos EUA, o número de pessoas envolvidas na pesquisa é pequeno. “Fica difícil saber se os resultados estão ligados apenas ao sexo dos participantes. É provável que haja outros fatores envolvidos.”
A questão não tem nada a ver com o sexo, e sim com volume de massa muscular. Quem vai ditar as regras é a constituição corporal de cada um.