O mês fatal para os dinossauros?
Em dezembro, a Terra penetra na cauda de hélio do Sol, cujo efeito sobre a vida, no passado, pode ter sido crucial.
Augusto Damineli Neto
No início de dezembro, como acontece todos os anos, a Terra atravessa uma espécie de cauda que acompanha o Sol. Ela se assemelha à de um cometa, mas é de natureza completamente diferente. É constituído por hélio, um elemento químico gasoso e muito leve, que se encontra na forma de nuvens no meio interestelar. Embora aquecida a 10 000ºC, a cauda é muito rarefeita, e se forma devido ao meio, como o rastro criado por um barco no mar. Nesse caso, porém, a força gravitacional do Sol introduz um efeito adicional: ela atrai o gás que passa e o concentra sobre a parte inicial da cauda. Na verdade, o Sol atua como uma lente, focalizando o gás sobre um ponto à sua retaguarda.
A partir daí, o hélio escoa de novo para o meio interestelar, sendo substituído por mais gás capturado à frente. Apesar da alta temperatura reinante no interior da cauda – de 10 000ºC –, nem nos damos conta disso por causa de sua baixíssima densidade (10 000 átomos por metro cúbico). Ela só se torna visível através de câmeras que operam na freqüência do ultravioleta.
O gás quente, entretanto, incorpora porções muito mais densas e frias. Elas contêm gelo sujo de poeira cósmica, além do gás. Ocasionalmente, o Sol penetra no interior dessas nuvens, capturando uma parte dela e focalizando outra parte para dentro da cauda. Isso produz dois efeitos em sentidos contrários. A energia da poeira engolida pelo Sol age no sentido de aumentar o seu brilho e calor. A poeira que entra na cauda, entretanto, age no sentido de aumentar o seu brilho e calor. A poeira que entra na cauda, entretanto, age no sentido de impedir a chegada de luz solar em nosso planeta. Tanto um efeito como outro podem ter grande impacto sobre a vida – por exemplo, levando à extinção de espécies como os dinossauros. Não se sabe qual dos efeitos é o mais importante, se o de aquecimento ou resfriamento da Terra. Se for este último, podemos conjecturar que tenha sido responsável pela extinção dos dinossauros – que assim teriam forçosamente desaparecido num mês de dezembro.
Chuva de meteoros I
A chuva de meteoros Geminídeos atinge seu pico na moite de 13 para 14 de dezembro. Muitos astrônomos amadores a consideram a mais bonita do ano, pela cor dourada de boa parte das “estrelas cadentes”. A taxa de meteoros é cerca de 90 por hora. Para vê-lo, sente- se de frente para o leste, no início da noite, ou fique simplesmente deitado, olhando para cima. As “estrelas cadentes” parecerão fluir de um ponto do céu perto da estrela Castor, em Gêmeos. Como sempre, a maior parte dos meteoros têm brilho fraco; só se vêem longe da luz urbana.
Solstício de verão
Às 18h26 do dia 21, o Sol deixa de cruzar o céu cada vez mais ao sul e começa a passar mais alto, retornando ao norte. É o chamado solstício de verão, que marca o início desse estação no hemisfério sul. Nesse momento, o caminho aparente do Sol, projetado sobre o solo, demarca o Trópico de Capricórnio. Quem estiver embaixo dele ao meio-dia (1hora no horário de verão) verá o Sol exatamente a pino. Em São Paulo, isso acontece em Guarulhos, Barueri, Sorocaba e vizinhanças de Ubatuba; no Paraná, em Marialva e proximidades de Londrina, Arapongas, Apucarana e Maringá.
Cometas e Asteróides
Quando a Terra mergulha na esteira de um cometa, captura seus fragmentos: partículas microscópicas de gelo e poeira. Os menores que 1 décimo de milionésimo de grama caem lentamente até o solo. Os maiores que isso queimam-se em contato com o ar. Mas só os maiores que 0,01 grama produzem rastros luminosos, e só os maiores que 1 quilo sobrevivem à passagem – mesmo assim, após queimar quatro quintos de sua matéria. Eles somam de dois a dez por dia, em toda a Terra, e a maioria constitui pedaços de asteróides que se chocam no espaço.
Planetas
Mercúrio: invisível, muito próximo ao Sol. Vênus: invisível, muito próximo ao Sol. Marte: invisível, muito próximo ao Sol. Júpiter: ao amanhecer, acima do horizonte leste (magn. -1,8). Saturno: visível em Capricórnio até meia-noite (magn. 0,8). Urano, Netuno e Plutão: não são visíveis a olho nu.