Você ainda quer saber isso? Está bem, vamos contar a verdade: tudo foi um complô da Nike, em que cada jogador recebeu 400 mil dólares em troca do pentacampeonato em 2002, no Japão, e de o Brasil sediar a Copa de 2010 etc. etc. etc. Se você tem internet, certamente já recebeu um e-mail detalhadíssimo narrando, passo a passo, como o esquema foi feito e como a imprensa mundial estaria prestes a revelar os detalhes da maior armação da história do futebol.
O problema é que a história, que circula há quatro anos na internet – ressurgindo sempre que alguma coisa redesperta o interesse por aquela final –, não resiste de pé um minuto quando se faz um exame minimamente atento. Existem apenas duas possibilidades: ou essa história toda é verdadeira e um imenso complô envolvendo dezenas de pessoas (toda a delegação brasileira, a Fifa e os dirigentes da Nike, no mínimo) funcionou perfeitamente, sem que jamais ninguém tenha dado com a língua nos dentes; ou tudo é invenção de algum gozador que se aproveita da credulidade alheia. Qual das hipóteses é mais provável?
O certo é que o Fenômeno teve uma convulsão horas antes do jogo – o motivo talvez nunca se saiba ao certo, se uma crise nervosa, uma reação a uma infiltração de xilocaína ou alguma outra causa externa –, o que abalou o time e prejudicou seu desempenho na final contra os donos da casa. Mas também é certo que a França e Zidane jogaram muita bola naquele dia, e seria muito difícil para qualquer time do mundo derrotar os franceses. Por que não conseguimos admitir que, às vezes, a realidade é bem mais simples do que gostaríamos que fosse?