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O que se sabe sobre a pneumonia misteriosa que está avançando na China

Chineses mobilizam cientistas para estudar o novo vírus – e tentam evitar uma epidemia. Os resultados são promissores.

Por A. J. Oliveira
Atualizado em 25 mar 2020, 11h52 - Publicado em 10 jan 2020, 18h02

Temos fresco na memória o que é viver uma grande epidemia. Entre 2015 e 2016, o Brasil foi o epicentro do mais grave surto de Zika na história. Nossos pesquisadores fizeram bonito e coordenaram uma resposta ágil que salvou muitas vidas. Algo parecido está acontecendo na China: dezenas de pessoas adoeceram na cidade de Wuhan, na região central do país, do meio de dezembro para cá. Agora, cientistas e autoridades começam a entender a doença.

Ela nada tem a ver com o Zika – seus sintomas parecem com os da pneumonia. Até agora, 59 pessoas foram internadas por conta do vírus, que causa febre alta e dificuldade para respirar. Sete delas estão em estado grave, mas não houve mortes. Os pacientes estão sendo tratados em isolamento, e novos portadores também estão sendo isolados. Não basta, contudo, conter o alastramento: é preciso investigar o patógeno e seus mecanismos.

Outra diferença é sua infecciosidade reduzida, já que ele não parece ser transmitido de pessoa para pessoa, ao menos por enquanto. Nesta quinta (9), oficiais chineses de saúde pública anunciaram a descoberta do causador da doença. De acordo com um comunicado da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi possível sequenciar o genoma do organismo, classificado como integrante da grande família dos coronavírus.

“A identificação preliminar de um novo vírus em um período curto de tempo é uma conquista notável e demonstra a melhor capacidade da China de gerenciar novas epidemias”, ressalta o texto da OMS. Coronavírus (CoV) são uma classe bem conhecida e comum, boa parte deles relativamente inócuos, provocando sintomas como nariz entupido, garganta irritada e febre — nada mais que um simples resfriado. Mas outros são bem mais violentos.

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Um deles, transmissor da síndrome respiratória aguda grave (SARS), que também surgiu na China, causou grandes danos internacionais em 2002, assim como a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS), de 2012. A taxa de letalidade do SARS é de 10% (uma em cada dez pessoas morrem), e a do MERS, de 34%. Mesmo não sendo tão mortal, os casos graves da doença de Wuhan mostram que ela pode sim evoluir para quadros mais críticos.

Ao que tudo indica, trata-se de uma zoonose: infecção transmitida de animais para seres humanos. É que boa parte das pessoas infectadas trabalham num mercado de peixes e frutos do mar, que também vende bichos como galinhas, morcegos e outros mamíferos selvagens. Além da relativa pequena escala do surto, o fato de nenhum médico até agora ter contraído a doença sugere que o vírus não é facilmente transmissível entre pessoas.

E isso, aliado à boa resposta da China, é um indício tranquilizador de que uma epidemia de grandes proporções não parece provável. Nas próximas semanas, a OMS espera que os chineses forneçam informações mais detalhadas sobre a fonte do novo vírus, os modos de transmissão e a extensão da infecção. Por ora, não há grandes alertas ao turismo e ao comércio com a China. Recomenda-se aos viajantes apenas passar longe de mercados do gênero, evitar o contato com pessoas doentes e lavar sem moderação as mãos com sabão.

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