Viagra e botox para todas as idades
Médicos começam a receitar Viagra e Botox para crianças; mas não como você pensa
Para que servem o Viagra e o Botox? Acabar com a impotência sexual dos homens e disfarçar as rugas que tanto incomodam as mulheres? Sim, mas não só isso: eles também podem salvar vidas. Como a do menino inglês Oliver Sherwood, de 2 anos, que toma Viagra todos os dias. Ele tem uma doença rara, chamada hipertensão pulmonar, que compromete o sistema cardiovascular e pode levar à morte. O sildenafil (princípio ativo do Viagra) dilata as veias do organismo – o que, além de ajudar homens impotentes a ter ereções, também reduz a pressão sanguínea dentro dos pulmões de Oliver.
A idéia pode parecer maluca, mas não é: existe um estudo clínico que comprova a eficácia. Oliver está tomando Viagra (que no Reino Unido se chama Revatio) há aproximadamente 6 meses. E passa bem. “Quando vou buscar o remédio, eu rio e penso: para certas pessoas [homens impotentes], isso seria um verdadeiro presente de Natal”, disse à imprensa inglesa a mãe de Oliver, a enfermeira Sarah Sherwood.
Segundo ela, a saúde do menino melhorou de forma “fantástica”. Como Oliver toma uma dose baixa (são 20 miligramas diários divididos em 4 doses, bem menos do que os 50 miligramas indicados para adultos), não tem sentido “efeitos colaterais” – pelo menos não os de ordem sexual.
O consertador de madames Botox é outro remédio adulto que está chegando às mãos da garotada; no caso, crianças afetadas pela chamada síndrome de Charge. Trata-se de uma doença genética que afeta vários órgãos, incluindo o coração e os olhos. A glândula salivar também é atacada, e passa a produzir saliva em excesso – que pode ir parar nos pulmões e matar por asfixia. Uma criança que tinha Charge iria precisar de uma traqueostomia (abertura de um buraco na traquéia) para não se afogar na própria saliva. Mas o médico britânico Sam Daniel teve a idéia de injetar toxina botulínica, princípio ativo do Botox, para paralisar as glândulas salivares do paciente.
Funcionou: a toxina impediu o funcionamento anormal da glândula. E, após mais algumas aplicações de Botox, a criança ficou definitivamente curada. Depois dessa experiência bem-sucedida, Daniel já realizou com sucesso mais de 1 000 aplicações de Botox em crianças pequenas.