Por água abaixo
Embarque nas corredeiras mais radicais do planeta atrás do título de campeão mundial de rafting.
Rafael Kenski
Cascata monstro
O desafio de descer corredeiras em botes de borracha se popularizou nos Estados Unidos depois da Segunda Guerra Mundial. Desde então, o rafting – como passou a se chamar o esporte – ganhou cerca de 25 milhões de adeptos em todo o mundo. Os melhores entre eles se reúnem todo ano no Camel White Water Challenge. Em 2001, o palco do torneio foram as águas violentas do rio Zambezi, na fronteira entre Zâmbia e Zimbábue, no continente africano
Maratona molhada
Dezesseis equipes masculinas e quatro femininas representaram seus países na competição deste ano. Durante cinco dias, elas enfrentaram as corredeiras em quatro diferentes modalidades. Este é o início da mais importante delas – a raft downriver – em que os botes largam simultaneamente, disputando uma corrida de 9 quilômetros
Aventura em sincronia
Cada time se compõe de seis pessoas, equipadas com remos, capacetes e coletes salva-vidas. Além de força física, elas precisam de toda coordenação para sincronizar as remadas e evitar que o barco desvie do caminho. A prova mais difícil é o raft slalom, em que os competidores têm de navegar por 1 quilômetro, superando barreiras e obstáculos sem esbarrar neles
De dois em dois
Esta modalidade é a raft sprint. Dois barcos disputam uma corrida de cerca de 1 quilômetro e a equipe vencedora se classifica para a fase seguinte das eliminatórias. O time brasileiro, apesar de ter feito um bom tempo, acabou eliminado logo na primeira rodada pela equipe da Eslovênia, campeã da modalidade. No final, a primeira colocação do Camel White Water Challenge ficou com a Austrália – o Brasil terminou em décimo-segundo lugar
Graus do perigo
Os praticantes de rafting classificam as corredeiras de acordo com seu grau de dificuldade, em uma escala que vai de 1 (apenas água corrente com ondas) a 6 (praticamente impossível de atravessar). O rio Zambezi ganhou sua fama ao apresentar, ao longo de vários quilômetros, corredeiras de classe 4 e 5. Um desafio extra são os crocodilos e os hipopótamos que habitam os raros trechos calmos
A canoa virou
Emborcar o bote é o acidente mais comum nas competições de rafting. Quando isso acontece, a equipe precisa desvirá-lo em poucos segundos. Um dos atletas, com o auxílio de uma fita presa a seu lado, se atira em um movimento pendular e endireita o bote imediatamente, enquanto o resto da equipe pula para dentro o mais rápido possível
Bônus visual
A poucos metros acima do local da competição vêem-se as cataratas Vitória, que estão entre as maiores do mundo, com quedas d’água de até 108 metros de altura, estendendo-se por 1 700 metros. Elas são uma das principais atrações turísticas da região, junto com os elefantes e as girafas que habitam suas margens
No rio africano, os crocodilos são um desafio à parte
Quedas d´água monumentais dão um show extra