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RD Congo volta a ter casos de ebola dias antes de declarar fim da epidemia

Doença parecia sob controle no país – até que três novos casos surgiram. E com a chegada do novo coronavírus, o cenário pode ficar ainda pior.

Por Bruno Carbinatto
16 abr 2020, 20h06

A Organização Mundial da Saúde (OMS) esperava declarar, no dia 12 de abril, que o surto de ebola na República Democrática do Congo (RDC) finalmente havia terminado após quase dois anos. Afinal, o país já não registrava nenhum novo caso da doença desde o meio de fevereiro. No dia 10 de abril, porém, um paciente de ebola foi identificado no leste do país, pondo fim às esperanças de terminar de vez com a epidemia. Desde então, outros dois casos entraram para as estatísticas – e a OMS decidiu manter o status de emergência internacional de saúde para o surto, que agora deverá se agravar com a pandemia de Covid-19.

A República Democrática do Congo (não confundir com a República do Congo, um país vizinho) declarou o décimo surto de ebola da sua história no dia 1 de agosto de 2018. Desde então, já foram 3.311 casos, dos quais 2.273 terminaram em óbitos – uma mortalidade de dois terços dos infectados. Após um enorme esforço, incluindo de órgãos internacionais, o número de novos casos começou a cair, principalmente em 2020, criando a esperança de que o surto poderia finalmente ter fim. 

A notícia preocupa ainda mais devido à pandemia de Covid-19, que deverá causar ainda mais danos ao frágil sistema de saúde do país. Para piorar, a RDC enfrenta também um enorme surto de sarampo em seu território, como já relatamos aqui na SUPER. Soma-se isso a instabilidade política e econômica de um país marcado por décadas de guerra e péssimos indicadores sociais.

Com o mundo se voltando para o combate da Covid-19, ficará mais difícil de combater o problema, já que o país constantemente precisa de ajuda internacional para suas campanhas de saúde pública. Por isso, a OMS decidiu manter o surto sob o status de “emergência de saúde pública internacional”, apesar da diminuição de casos, para não perder o foco na batalha da doença em meio a pandemia.

A ebola, assim como a Covid-19, é uma doença causada por vírus – mas é bem mais mortal, com uma letalidade que varia de 50 a 90%. O vírus infecta células do fígado, baço, pulmão e tecido linfático, além de destruir as células da parede dos vasos sanguíneos, causando graves hemorragias. Felizmente, a doença não é tão contagiosa, já que exige contato direto com o sangue ou com fluídos de pessoas infectadas, e seus surtos até então não se espalharam o suficiente para causar uma pandemia como enfrentamos agora.

Em meio ao cenário que parece majoritariamente pessimista, há um ponto positivo: no final do ano passado, a primeira vacina contra ebola foi finalmente aprovada, após mais de 20 anos de pesquisas. A OMS espera que ela possa ser usada agora como uma arma para evitar que a epidemia ressurja com a mesma força. Mas não se sabe o quão viável essa estratégia será, principalmente porque os recursos de saúde terão que ser compartilhados para combater a Covid-19 – e a logística do processo, que já é difícil pelas características do país, ficará ainda mais complexa em um mundo onde o isolamento social está sendo aplicado.

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