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Restos do cometa em queda

Fragmentos do cometa Swift-Tuttle, que passou em janeiro último, devem reforçar a chuva de meteoros Perseídeos.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h04 - Publicado em 26 jun 2009, 22h00

Augusto Damineli Neto

No dia 12, estaremos no centro do enxame de meteoros Perseídeos, também conhecidos como lágrimas de São Lourenço. A previsão é de um belo espetáculo, dada recente passagem de seu cometa-pai, o Swift-Tuttle (SUPERINTERESSANTE número 1, ano 7). Muitos ainda pensam que os meteoros são estrelas que mudam de lugar. Na verdade, são minúsculos grãos de poeira cósmicas, muitas vezes fragmentos deixados pelos cometas na órbita da Terra, e que entram em combustão ao entrar na atmosfera.

Além da poeira mais fina, a terra captura também fragmentos do tamanho de um grão de feijão e até maiores. Quando um rocha dessas atravessa a atmosfera a 100.000 km/, deixa um belíssimo rastro luminoso, alaranjado ou azulado. Esteja preparado para ver alguns desses bólidos. E não se esqueça de formular três desejos – diz a crença popular que eles serão atendidos por São Lourenço. A taxa esperada de meteoros é de 50 a 100 por hora, mas grande parte os meteoros são fracos, exigindo céu bem escuro para serem vistos. A lua minguante será favorável: vai nascer de madrugada. Afaste-se da iluminação urbana. Sente-se numa cadeira com vista para o nordeste e fique atento por uma hora, por volta das meia-noite ou pouco mais tarde.
As estrelas cadentes parecerão provir de um ponto do céu na constelação de Perseu, que estará bem baixa no horizonte. Além dessa data, toda a segunda e a terceira semana serão propícias. Os astrônomos amadores costumam contar os meteoros. Para isto, reúnem-se em grupo de quatro, sentando-se de costas um para o outro, de modo de cada um vigia um quadrante em torno de um ponto cardeal. Sem mover a cabeça para os lados, cada um conta as estrelas cadentes que passa pelo seu campo visual. Ao final de algumas horas, eles somam os eventos, calculam a taca horária e a comunicam aos centros de coletas de dados. As observações mostram um crescente aumento dos Perseídeos nos últimos anos. 

O rei dos Anéis em Oposição

No dia 19, Saturno entrará em oposição ao Sol. Nesta Situação, o planeta nasce ao ocaso, cruza o Meridiano à meia-noite e se põe ao amanhecer, passando toda a noite no céu. A partir deste mês, se inicia um excelente época para observá-lo. Ele pode ser achado com facilidade entre o Capricórnio e Aquário. Dia após dia, ele irá se deslocando de leste para oeste, na contramão do movimento planetário, em direção à estrela Delta Capricorni, para retornar seu caminho para leste em novembro.

A Lua entre os deuses

No dia 20, o início da noite promete uma interessante reunião em Virgem: a Lua cercada a leste por Júpiter, o deus supremo dos gregos antigos, e a oeste por Marte, deus da guerra. Distingue-se Júpiter pelo brilho elevado e Marte, pela cor vermelha. Ótima ocasião para um fotografia. Tente vários tempos de exposição em torno de 10 segundos. Use a estrela Eta Virginis e Gama Virginis para seguir os planetas dias pós dia.

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A névoa seca ataca o céu

Agosto e setembro, quando a umidade do ar é menor e o céu fica aberto mais tempo, seriam ótimos para a observação astronômica na região sudeste. Se não fosse a névoa seca, que prejudica a transparência do ar. São partículas finíssimas, geradas nas queimadas, que ficam longo tempo em suspensão no ar. Elas refletem de volta para o céu a luz de onde mais curta, apagando o brilho das estrelas. A paisagem fica azulada, e o pôr-do-sol, com aquela cor sangrenta que alguns acham lindo.

Planetas

Mercúrio: visível ao amanhecer, durante as duas primeiras semanas (magn. 0 a 1). Vênus: visível nas duas últimas horas da madrugada (magn. -4,0). Marte: visível em Virgem nas duas primeiras horas da noite (magn. +1,6). Júpiter: visível em Virgem nas três primeiras horas da noite (magn. -2). Saturno: visível em Aquário durante toda a noite (magn. +0,4) Urano, Noturno e Plutão: não são visíveis a olho nu.

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