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Tomar Tylenol reduz empatia, diz estudo

Quem tomou o remédio se importou menos com o sofrimento físico e psicológico dos outros.

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 31 out 2016, 19h04 - Publicado em 11 Maio 2016, 14h45

Nada como um analgésico para acabar com aquela dor de cabeça que incomoda. Só que, enquanto a dor vai embora, ela leva junto sua capacidade de se importar com o sofrimento do outro. Foi o que concluiu uma pesquisa da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, que estudou os níveis de empatia de participantes depois de tomarem Tylenol.

Os pesquisadores fizeram uma série de testes para avaliar como o paracetamol, princípio ativo do medicamento, afeta a capacidade das pessoas de se colocarem no lugar do outro.

Em um dos experimentos, 40 pessoas tomaram 1g de paracetamol. Outras 40 tomaram um placebo. Eles leram oito histórias curtas, que falavam de dor física (prender os dedos na porta, ralar a canela) ou dor psicológica (a morte de um parente).

Aí, os participantes tiveram que avaliar o quanto achavam que cada protagonista estava sofrendo, de 1 a 5. Os voluntários também avaliaram o quanto eles próprios ficaram angustiados ao ler as histórias.

Os voluntários que tomaram paracetamol tiveram uma tendência muito maior a subestimar a dor alheia, tanto física quanto psicológica. Além disso, eles mesmos se sentiram menos afetados pela história que aqueles que tomaram o placebo – um sinal de que não se identificaram tanto com os protagonistas quando tomavam Tylenol.

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Para outro teste, mais 114 voluntários foram recrutados. Depois de tomarem o remédio ou o placebo, os participantes foram reunidos em pequenos grupos no laboratório, e bateram papo por 15 minutos para se conhecerem melhor.

Cada um foi então para uma sala, onde assistiu a uma partida de videogame, que estaria sendo jogada por três pessoas do grupo de discussão. No meio da competição, o jogo virava um “bobinho” – só dois voluntários jogavam entre si, excluindo o terceiro de propósito.

O participante que assistia à disputa (que na verdade era simulada por computador) tinha que dar nota de 1 a 5 para quanto o jogador isolado sofreu ao ser excluído da brincadeira.

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Quem tomou Tylenol não se preocupou tanto com o jogador ostracizado e ficou bem menos incomodado com a situação do que quem não tomou remédio.

Esse último teste foi feito para ver como os participantes reagiam em uma situação mais próxima possível da vida real. Ou seja, uma pessoa que tomou paracetamol e assiste a uma cena de bullying teria mais chance de não fazer nada do que quem não foi medicado.

Mas também não adianta correr para condenar o Tylenol – é possível que o problema aconteça com qualquer analgésico. Quando estamos exercendo a empatia, o cérebro fica ativo nas mesmas regiões que processam a nossa própria dor. Assim, quando o analgésico diminui a capacidade de sentir dor, pode estar afetando nossos sentimentos pelos outros.

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