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Um indiano passou dois meses comendo facas – mas por quê?

O homem, que sobreviveu, ingeriu 40 facas dobráveis durante o período. Tudo por causa de um distúrbio não muito conhecido

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 11h18 - Publicado em 23 ago 2016, 19h30

A gente brinca que comeria qualquer coisa quando está com muita fome, mas engolir facas já é demais. Acredite ou não, foi o que aconteceu com um policial de 42 anos do estado de Punjab, na Índia, que preferiu não dizer o próprio nome para a mídia. O homem passou dois meses ingerindo facas dobráveis de até 18 cm, simplesmente porque gostava do sabor do metal – e, depois de uma baita dor de barriga, teve de ser levado às pressas para o hospital. 

No início, os médicos achavam que era um tumor no estômago, mas as radiografias mostraram uma forma estranha demais. Levou dois dias para o policial, enfim, confessar ter comido as facas – e aí, ele foi mandado direto para a mesa de operação. A cirurgia demorou cinco horas e foi difícil demais: o médico responsável, dr. Jatinder Malhotra, disse à CNN que algumas facas estavam abertas, e evitar sangramentos se tornou quase impossível. 

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No fim, ficou tudo bem com o indiano. Mas por que diabos ele comeu facas?

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Segundo Malhotra, o homem sofre de um distúrbio chamado alotriofagia: o apetite por coisas que não são comida, como pedras, vidro, madeira e até fezes. Cada uma dessas compulsões tem um nome específico: coprofagia é a ingestão de fezes; litofagia, de pedras; hialofagia, de vidro. No caso do indiano, o nome era acufagia – a compulsão por comer objetos cortantes ou pontiagudos. 

Mas só ter vontade de engolir coisas estranhas não basta para ser diagnosticado com alotriofagia. Essas compulsões precisam persistir por pelo menos um mês para que a doença seja, de fato, confirmada. E isso deve acontecer em um período da vida em que colocar coisas na boca não seja normal – ou seja: um bebê em plena fase de exploração oral do mundo não tem alotriofagia; ele é apenas um bebê. 

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Pelo jeito como o policial indiano contou à CNN, seu caso se encaixa bem na descrição da doença: “Tudo começou em junho, quando eu engoli a primeira faca e eu gostei da sensação. logo isso virou um hábito. Eu gostava do sabor e era viciado em fazer isso… exatamente da mesma forma que outras pessoas gostam de álcool e outras coisas assim”, explicou.

Segundo o Instituto Nacional de Saúde dos EUA, a alotriofagia pode ter duas causas: pode ser uma resposta do corpo à falta de algum nutriente, como ferro ou zinco, ou então algum transtorno mental – autismo, transtorno obsessivo compulsivo ou esquizofrenia. Por enquanto, não se sabe qual é o caso do indiano.

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Para reverter a alotriofagia, o paciente com faltas nutrituvas precisa de vitaminas e de uma alimentação saudável. Mas com o outro tipo de paciente, o mental, é mais difícil: ele precisa de tratamento psicológico intenso. Nos dois casos, os pacientes precisam estar em constante observação, já que podem acabar desenvolvendo bloqueios no sistema excretor, hemorragia interna, infecções e envenenamento. Por isso, apesar de o policial estar se recuperando bem da cirurgia, ele ainda vai precisar de alguns cuidados, inclusive de psicólogos, antes de ter alta do hospital.

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