Foi na Suécia: pela primeira vez, uma mulher foi vacinada contra gravidez. A pioneira é Karin Lindberg, 36 anos, casada e mãe de três filhos, que aceitou ser voluntária para testar o novo contraceptivo, desenvolvido em diversos laboratórios espalhados pelo mundo. A Organização Mundial de Saúde, que patrocina o projeto, escolheu o Hospital Karolinska, na cidade de Solna, Suécia, para realizar as primeiras experiências com seres humanos – depois de Karin, outras 249 mulheres foram vacinadas em janeiro passado. Os cientistas querem saber durante quanto tempo a vacina evitará a gestação. Na melhor das hipóteses, seu efeito deve durar um ano inteiro.
A vacina estimula o sistema imunológico a destruir as moléculas de um hormônio chamado hCG, que o organismo feminino produz logo após a fecundação. Sem o hormônio, o ovo fecundado não se desenvolve – portanto, a vacina não deixa de ser abortiva. Isso pode gerar críticas, que o professor Marc Bygdeman, responsável pelos testes, rebate: “A vacina não tem efeitos colaterais. Ao contrário da pílula, ela não altera o balanço hormonal feminino”. E isso, na opinião de sua primeiríssima cobaia humana, já basta: “Há milhares de mulheres como eu, que não se dão bem com os contraceptivos femininos existentes até hoje,” diz Karin.