A volta do DeLorean
O carro mais legal da história vai voltar para a linha de montagem em 2017. Só tem um problema.
Quando De Volta Para o Futuro estreou, em 1985, o DeLorean já estava fora de linha. A DMC, montadora que fabricava o bichinho, produziu só 8 900 exemplares, entre 1981 e 1982. Terminou falida, com seu fundador e CEO, John DeLorean, respondendo um processo por tráfico internacional de cocaína – negócio no qual ele teria entrado para tentar pagar as dívidas da empresa.
Depois do filme, o carro virou ícone, e a demanda por ele foi lá para cima. Mesmo assim a indústria automobilística nunca se deu ao trabalho de comprar o que restou da DeLorean Motor Company e ressuscitar o carro. Nem na China, onde tudo se copia, se interessaram em fazer uma versão pirata.
Sorte do mecânico inglês Stephen Wynne. Ele comprou os direitos intelectuais sobre o carro em 1995, depois de tocar por 10 anos uma rede de oficinas dedicadas a restaurar e vender DeLoreans originais.
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A ideia de Stephen sempre foi voltar a produzir DeLoreans novos, mas tinha uma pedra no meio do caminho. A legislação americana não é amigável com start ups automobilísticas: se você fabrica uma dúzia de carros por ano, precisa seguir as mesmas regras de quem fabrica 10 milhões, o que significa lidar com uma quantidade de impostos e de burocracia legal impossível para uma companhia pequena. Até por isso a primeira start up do mundo automobilístico a surgir nos EUA desde a década de 1920 foi a Tesla Motors, que Elon Musk levantou nos anos 2000.
Mas a legislação vai mudar em 2017 (talvez por lobby da Apple e do Google, que estão com um pé nesse mercado). E por conta disso Stephen anunciou que, finalmente, vai produzir DeLoreans. A fornada inicial seria de mais ou menos 300 unidades, vendidas por algo entre US$ 80 mil e US$ 100 mil. E aí que está o problema para quem mora no Brasil. Com o câmbio nessa penúria e a carga pesada de impostos de importação, você gastaria pela menos R$ 1 milhão para emplacar um no Brasil. Se quiser por menos, só se você voltar no tempo e comprar dólar a R$ 1,50. Mas aí já é um paradoxo. Para voltar no tempo, afinal, você já precisaria ter um DeLorean.
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