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Como o barulho afeta o aprendizado do seu filho

Estudo defende que ambientes barulhentos dificultam a assimilação de novas palavras

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 19h04 - Publicado em 28 jul 2016, 00h00

Tirem as crianças da sala – lugares barulhentos dificultam o aprendizado das crianças. Se seu filho está ensaiando as primeiras frases é melhor maneirar no volume da televisão, do rádio, do toque do seu celular e na animação das conversas entre os adultos.

Um novo estudo da Universidade de Wisconsin-Madinson, nos Estados Unidos, publicado no periódico Child Development, defende que a poluição sonora limita as capacidades de aprendizado das crianças. Isso acontece porque elas precisam se concentrar para juntar os significados de cada palavra ao formar uma sentença. Mas, se não houver silêncio, o nível de concentração diminui – e, consequentemente, o aprendizado delas também.

Outros estudos já provaram que o barulho pode prejudicar as crianças de forma cognitiva e psicofisiológica, interferindo de maneira negativa no desempenho escolar, no aumento dos níveis de cortisol (hormônio relacionado ao estresse) e da frequência cardíaca. Mas a pesquisa de Winsconsin-Madinson focou em como o barulho afeta as crianças enquanto elas estão começando a falar. A co-autora do estudo, Brianna McMillan, afirma que aprender as palavras logo cedo pode influenciar positivamente nas futuras habilidades de leitura: “Esse processo é extremamente fundamental no desenvolvimento posterior da criança”.

Bê-a-bá

A pesquisa foi feita com 106 crianças entre 1 ano e 10 meses a 2 anos e 6 meses (22 a 30 meses) em três etapas: os pesquisadores falavam de objetos cujos nomes eram desconhecidos para os meninos e então testavam suas capacidades de reconhecê-los, ora em ambientes silenciosos, ora em locais barulhentos.

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Na primeira fase, 40 crianças de 22 a 24 meses ouviram frases sobre duas palavras novas – apenas aqueles que estavam em lugares mais quietos assimilaram os nomes dos objetos. No segundo momento, o mesmo teste foi repetido com um grupo diferente de 40 meninos de 28 a 30 meses para verificar se as crianças um pouco mais velhas se saíam melhor no teste com barulho. De novo, o silencio prevaleceu: só os que ouviram as frases no ambiente calmo conseguiram aprender as palavras novas.

Na última parte, os pesquisadores ensinaram duas palavras a 26 crianças em uma sala silenciosa. Em seguida, foram para o mesmo lugar barulhento do segundo teste e disseram o significado de quatro palavras: as duas que recém haviam dito e outras duas inéditas. Resultado: as crianças aprenderam as palavras apenas em ambientes quietos, o que sugere que é mais fácil assimilar os sons de cada uma e seus respectivos significados quando não há nenhum ruído para distrai-las.

As pesquisadoras responsáveis pelo estudo sugerem que pais e professores fiquem atentos às interferências sonoras e, quando estiverem em locais ruidosos, pronunciem bem as palavras para ajudá-los a assimilarem as novidades. Elas também ressaltam que, apesar do silêncio ser melhor para as crianças ampliarem o vocabulário, os resultados são um tanto idealistas. Afinal, é natural que os ambientes tenham barulhos e, principalmente, que crianças em grupo sejam bem barulhentas. Ou você conhece alguma escola silenciosa?

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