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Homem medieval tinha táticas para se proteger de zumbis, diz estudo

Crença era de que práticas como mutilar e queimar os corpos dos mortos impediam que eles voltassem à vida

Por Guilherme Eler
5 abr 2017, 12h34

O que você faria se, dia desses, topasse com um morto-vivo andando por aí? Hoje, temos à disposição filmes, livros e manuais que ensinam o jeito certo de proceder: acertar um golpe na cabeça do monstro, evitar aglomerações, e tudo aquilo que você já sabe. No entanto, a possibilidade de um apocalipse zumbi já assustava a humanidade bem antes disso – há pelo menos sete séculos. Para não correrem o risco de ter esse desprazer, cidadãos da Inglaterra medieval mantinham uma série de precauções a fim de evitar que mortos voltassem à vida. Esquartejar e queimar os corpos, segundo a crença da época, garantia que eles ficassem recolhidos nas suas tumbas em descanso eterno.

As evidências desse tipo de prática mortuária foram encontradas por pesquisadores da Universidade de Southampton e da Historic England, organização de pesquisa histórica nacional. Ao escavarem os arredores de Wharram Percy, vilazinha desértica do condado de North Yorkshire, eles encontraram 137 ossos, que pertenciam a pelo menos dez pessoas diferentes. No pacote, havia desde crianças entre 2 e 4 anos até adultos com mais de 50. Estima-se que eles tenham vivido entre os séculos XI e XIII.

As ossadas trazem evidências dignas de um exame de corpo de delito: marcas de cortes com faca, queimaduras a fogo, ossos quebrados de forma irregular. Segundo os pesquisadores, esses sinais indicam que os esqueletos pertenciam a corpos mutilados, desmembrados e decapitados.

Crânio adulto com marcas de queimaduras (Historic England/Reprodução)

Toda essa profanação pode ser colocada na conta das crenças populares. Em épocas medievais, era bastante aceita a história de que os mortos-vivos abandonavam suas tumbas para vagar pela região, distribuindo doenças e assaltando quem estivesse pelo caminho. Tinham a chance de serem promovidas a zumbis pessoas que foram más durante a vida ou que cometeram crimes hediondos. Cabia ao cidadão de bem, portanto, se certificar de que os indesejáveis não teriam outra chance.

O fato de as ossadas estarem misturadas e empilhadas em três buracos nos arredores de uma casa – bem longe de qualquer cemitério ou mausoléu de igreja – reafirma a intenção das práticas: os corpos foram intencionalmente manipulados e enterrados juntos, provavelmente pelos próprios moradores. A datação de arcadas dentárias de esqueletos, a partir de isótopos de estrôncio, sugere que os mortos cresceram próximos à vila onde foram encontrados.

Aparência da Vila de Wharram Percy, no século XII (Peter Dunn/Historic England/Reprodução)

“Se estivermos certos, é a primeira grande evidência arqueológica dessa prática”, diz Simon Mays, um dos autores do estudo, ao site da Universidade de Southampton. “Isso revela um lado sombrio dos comportamentos medievais, e é uma forma bastante impactante de nos lembrar de como a visão de mundo medieval era diferente da nossa.” A pesquisa foi publicada no Journal of Archaeological Science Reports.

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