Nove estados americanos já proíbem ‘cura gay’
Lei foi aprovada de forma quase unânime na Câmara dos Representantes de Connecticut, por 141 votos a 8
Nevada e Connecticut acabam de se unir aos outros sete estados norte-americanos que já proíbem a terapia de conversão de menores – nome dado aos métodos pseudocientíficos supostamente capazes de ‘corrigir’ as preferências amorosas de jovens homossexuais.
Os governadores dos dois estados assinaram ao longo do mês passado a Senate Bill 201 – projeto de lei do Senado que torna ilegal a prestação de serviços de conversão sexual por médicos e psicólogos a menores de idade, independente da autorização ou desejo dos pais.
“Em uma época em que a violência contra quem é percebido como diferente é cada vez maior, em que os direitos dos nossos amigos e vizinhos são ameaçados pelo governo nacional, em que a juventude LGBTQ comete suicídio em taxas cada vez maiores, ficar em silêncio é ser cúmplice”, afirmou em seu site oficial o democrata Dannel P. Malloy, governador de Connecticut, logo após aprovar a proibição em 10 de maio.
“A terapia de conversão foi desaconselhada por especialistas e não é considerada um método de tratamento eficiente. Ela pode causar danos aos adolescentes, e essa lei irá proteger os jovens mais vulneráveis do nosso estado”, afirmou o republicano Brian Sandoval, que abraçou a proposta do Senado em 17 de maio e publicou a declaração na internet.
Os dois políticos deixaram claro que a ideia não é restringir a liberdade religiosa em seus estados – embora profissionais de saúde não possam exercer a prática, não há nada que impeça pais e sacerdotes de quaisquer crenças de tentar interferir na formação espiritual de crianças e adolescentes.
Segundo o New York Times, Nova York, Califórnia, Nova Jersey, Novo México, Vermont, Oregon e Illinois já haviam todos assinado o documento – além da capital Washington e algumas cidades específicas, como Miami e Seattle.
A SB201 foi aprovada de forma quase unânime na Câmara dos Representantes de Connecticut, por 141 votos a 8.
A cura gay – baseada na teoria de que seria possível (e desejável) alterar à força a orientação de jovens com tendências homossexuais – já não é mais recomendada nem encarada com seriedade por associações médicas e psiquiátricas de países desenvolvidos. Em 17 de maio de 1990, a Assembleia-geral da Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais. No Brasil, ainda não há leis que impeçam esse procedimento.
A Associação Americana de Psicologia, em um relatório oficial, cita um estudo em que 20% dos expostos à prática tiveram crises de ansiedade, 10% consideraram cometer suicídio, 40% tiveram depressão e 10% sofreram de impotência sexual.