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O último teste nuclear da Coreia do Norte tirou uma montanha do lugar

Ops: usando dados de satélite, cientistas descobriram que o Monte Montap subiu 3 m durante a detonação – e quando voltou para o lugar, estava 0,5 m mais baixo

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
11 Maio 2018, 19h28

Em 3 de setembro de 2017, um terremoto de 5,2 graus na escala Richter foi registrado na Península da Coreia. Ele não teve nada a ver com o movimento das placas tectônicas: foi resultado da detonação de uma bomba de hidrogênio no interior do Monte Mantap, uma montanha de 2,2 quilômetros de altitude localizada na província norte-coreana de Hamgyong, região isolada próxima da fronteira com a China. 

Especialistas ocidentais naturalmente não tiveram acesso aos detalhes da explosão, mas na época estimaram, com base nos dados sísmicos, que ela teria liberado algo entre 13 e 16 vezes a energia da bomba de Hiroshima – os cálculos estão em um artigo científico publicado na Science. As entranhas da montanha já haviam sido palco de diversos testes nucleares (em 2003, 2009, 2013 e 2016), mas o do ano passado pôs à prova o artefato mais potente já projetado pelo regime de Kim Jong-un.

Agora, uma equipe de nove cientistas usou dados de radar gerados pelos satélites TerraSAR-X (de origem alemã) e ALOS-2 (de origem japonesa) para aprofundar as conclusões do estudo anterior e modelar um detalhado “antes e depois” do relevo do Monte Montap no computador. Ao contrário das fotos aéreas usadas em aplicativos como o Google Maps, o radar é capaz de mapear a superfície terrestre com precisão mesmo quando as condições climáticas não são favoráveis.

“Essa é a primeira vez que deslocamentos em uma superfície tridimensional associados a um teste nuclear subterrâneo são transformados em imagem e apresentados ao público”, afirmou em comunicado Teng Wang, pesquisador da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, e líder do novo estudo, que já foi publicado. Segundo a análise, a bomba foi acionada em uma câmara de cerca de 500 metros de profundidade, localizada abaixo do ponto mais alto do pico. A montanha subiu 3,5 metros durante a detonação, e quando se assentou, estava meio metro mais baixa do que antes.

8 minutos e meio após a explosão, 700 metros ao sul do epicentro, um abalo sísmico secundário, mais fraco (4,5 graus), foi detectado. Ele provavelmente corresponde ao desabamento de um dos túneis que dão acesso à câmara em que estava a bomba.

É difícil diferenciar um terremoto com causas naturais de um terremoto causado pela homem só pela assinatura deles no sismógrafo – o uso de satélites na órbita da Terra para fazer o desempate é uma prática inédita e muito útil para que a comunidade internacional possa ficar de olho em governantes mais esquentadinhos. “A vigilância de testes nucleares clandestinos se baseia na rede mundial de estação de detecção de terremotos”, diz Wang, “mas o uso de monitoramento a partir do espaço não era tão bem explorado”.

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