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Teste que o FBI usa para identificar terroristas é revelado

Um questionário de 48 itens, preenchido pelos agentes, pontua cada suspeito em uma escala que vai de 0 a 100

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
20 fev 2017, 15h00

O site de notícias The Intercept divulgou na última semana uma lista de 48 critérios usados pelo FBI, órgão federal de inteligência e segurança dos EUA, para avaliar a probabilidade de que uma pessoa se envolva em um ato violento. Em outras palavras, a régua usada pela Polícia Federal americana para medir o perigo oferecido por um potencial terrorista.

O agente responsável pelo suspeito responde o questionário e dá a seu investigado uma pontuação, que vai de zero a cem. As duas primeiras páginas do documento consistem em instruções sobre a aplicação do teste e esclarecem a razão de sua existência: organizar informações já coletadas nas investigações e facilitar a comparação entre suspeitos para avaliar melhor o risco oferecido por cada um.

“O IMV é um documento secundário derivado das evidências que já existem em um caso (…) um banco de dados dinâmico.” O texto também afirma que o número de itens caiu durante o planejamento para aumentar a eficiência do questionário. “O formulário IMV começou com 100 questões e caiu para 48 para produzir resultados mais relevantes.”

IMV, no caso, é a sigla para  “indicator of mobilization to violence”, em português, “indicadores de mobilização para a violência”. Há doze perguntas sobre os antecedentes do investigado, sete sobre sua ideologia, seis sobre a pesquisa e o planejamento do ato terrorista, doze sobre sua vida social, sete sobre seu preparo e treinamento e quatro sobre seu histórico de viagens.

Algumas delas, principalmente na parte de “antecedentes” e “preparo e treinamento”, são bastante óbvias. É preciso registrar se o investigado já tentou aprender a usar armas e explosivos; se suas transações financeiras têm um comportamento exótico, com transferências e depósitos internacionais incomuns; se ele está empregado em algum lugar primordial para a segurança nacional, como um aeroporto, um órgão de segurança pública ou um laboratório; e, finalmente, se ele tem consciência de que está na mira do FBI.

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A categoria “ideologia” também é bastante previsível: os agentes respondem se o suspeito tem uma crença ou ideologia que apoia o uso de violência, se ele busca uma justificativa religiosa para seus atos violentos e se ele está convencido de que a violência é um meio necessário para atingir seus objetivos. A seção que diz respeito às relações sociais é uma extensão disso. Lá fica registrado se o sujeito já tentou mobilizar outras pessoas com suas crenças, se ele já participou de reuniões para planejar atos violentos e se há desvios muito claros na rotina que ele deveria seguir — como faltar regularmente no trabalho ou na faculdade.

Outras perguntas, principalmente na categoria de pesquisa e planejamento, são indicadores menos evidentes. Consumo regular de propaganda extremista, uso de criptografia, sites protegidos por senhas e contas de e-mail falsas e interesse por conteúdo informativo sobre ataques terroristas anteriores são todos considerados.

Especialistas entrevistados pelo The Intercept afirmaram temer a operacionalização dessa avaliação e a aplicação de critérios baseados em estereótipos, que podem abarcar pessoas que jamais chegarão a cometer atos violentos. Você pode ver o documento completo aqui.

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