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A verdade sobre o filme missão impossível

Como se faz uma missão impossível

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h30 - Publicado em 31 jul 2000, 22h00

Álvaro Oppermann

Em Missão: Impossível 2, Thomas Cruise Mapother IV (sim, é esse o nome completo do galã!) retoma o papel do agente secreto Ethan Hunt. Dirigido por John Woo, mestre da ação, o filme traz seqüências arrepiantes na luta do herói para recuperar um vírus letal que ameaça contaminar toda a Austrália. Como as empresas responsáveis pelos truques visuais de M:I2 foram proibidas de revelar suas técnicas, a SUPER pediu a Manuel Gonzalez, professor de efeitos especiais da Parsons School of Design, de Nova York, para decifrar os segredos das cenas mais impressionantes.

Vertigem pouca é bobagem

No começo do filme, Tom Cruise escala sozinho, com as mãos limpas, um penhasco assustador, entre os cânions do Arizona. Foi alardeado aos quatro ventos que o ator dispensou o uso de dublês, mas sua participação nesta cena foi filmada em uma formação rochosa bem mais modesta que a que vemos na tela. Além disso, Cruise estava preso a um cabo de segurança. Essas imagens foram depois fundidas ao cenário montanhoso, filmado à parte, por um processo chamado pelos técnicos de compositing – uma espécie de “colagem” das duas tomadas distintas numa só película. Para realizar essa fusão com absoluta precisão, são utilizadas as técnicas batizadas de motion control (controle de movimento) e motion tracking (rastreamento de movimento). O motion control é acionado durante as filmagens. Trata-se de um software acoplado à câmera que memoriza cada um de seus movimentos, seja filmando o ator em um cenário falso, seja filmando o cenário verdadeiro sobre o qual o ator será colocado mais tarde. Com esse sistema, ambas as tomadas terão uma movimentação de câmera rigorosamente idêntica. Já o motion tracking entra na chamada pós-produção, fase final do processo de composição. Se o motion control se responsabiliza pela exatidão nos deslocamentos da câmera “ao vivo”, o software de rastreamento calcula esses movimentos na cena já digitalizada, dentro do computador. Para isso, usa como referência um objeto colocado no local das filmagens, que costuma ser uma bolinha de tênis azul. A partir de sua posição, o programa mede todas as relações de distância dentro da cena (no caso, o ator escalando o rochedo de mentirinha) e as aplica na fusão final (o cenário com o despenhadeiro de verdade).

Quem te viu, quem te vê

O bandido Dougray Scott se transforma no mocinho Tom Cruise usando uma máscara perfeita. O efeito mistura maquiagem e computação gráfica

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Quem te viu, quem te vê

Um disfarce, utilizado tanto pelos heróis como pelos vilões, é o truque mais recorrente na trama de Missão: Impossível 2: quando menos esperamos, alguém revela sua verdadeira identidade ao tirar do rosto uma máscara perfeita, simulando a face de outro personagem. Cenas desse tipo costumam misturar computação gráfica com maquiagem. A primeira parte do processo envolve a escultura, em borracha ou silicone, de um molde realista do rosto falso. Esse molde é aplicado no ator no próprio set de filmagem. O supervisor dos efeitos de maquiagem do filme, Kevin Yagher, já havia trabalhado com John Woo em sua obra-prima, A Outra Face (Face/Off, 1997). Para esse filme, que lidava justamente com o tema da troca de identidade, ele fez corpos inteiros representando os atores Nicolas Cage e John Travolta. Mesmo cobertos de silicone, eles podiam realizar vários movimentos, como respirar, mover os olhos e os músculos do rosto.

Em M:I2, essas cenas parecem acontecer em tempo real, mas envolvem pelo menos um corte: do ator que funciona como “máscara” para o “mascarado”. Como na seqüência do penhasco, a cena é filmada em duas partes, usando os sistemas de motion control e motion tracking. Os dois atores são filmados repetindo os mesmos gestos. Ambas as tomadas são depois fundidas digitalmente.

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Duelo de motos voadoras

Uma espetacular perseguição de motos marca o confronto final entre o herói Tom Cruise e o vilão Dougray Scott. Ambos os atores estão protegidos por cabos de segurança e o principal problema da cena é justamente eliminar esse aparato das imagens. O processo, chamado de rig removal (remoção de armação), é dos mais demorados, pois ainda não existe um software que analise a seqüência e substitua automaticamente essa armação por elementos de cena de maneira eficiente. Por isso, as imagens são digitalizadas e pintadas quadro a quadro em um computador, como acontece na produção de desenhos animados.

No final do filme, Tom Cruise e Dougray Scott voam de suas motos, um contra o outro

Os atores estão presos por cabos de segurança, que são eliminados por computador

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A remoção dos cabos é feita pintando-se separadamente cada fotograma da seqüência

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