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Asteróides e cometas na mira dos Astrônomos

Os astrônomos montam programas para estudar cometas e tentar decifrar alguns mistérios do Universo. Mais os eventos astronômicos do mês.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h48 - Publicado em 31 dez 1989, 22h00

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

Além dos planetas, objetivos principais das sondas interplanetárias, o sistema solar possui uma infinidade de pequenos corpos agrupados em dois conjuntos: os asteróides e os cometas.
Mas só em 1986, com o Halley, é que começou a exploração espacial destes corpos celestes. Do ponto de vista científico, o estudo dos cometas é da máxima importância, pois eles poderão esclarecer inúmeros fatos relativos à origem do sistema solar, uma vez que parecem ter se formado na mesma época, no interior da nebulosa proto-solar. Do ponto de vista prático, existe a possibilidade de utilizá-los como fonte de matéria-prima para os futuros exploradores do espaço. No momento, três serão os procedimentos usados para pesquisar tais objetos: sobrevôo, encontro e retirada de amostras.
O primeiro, mais simples tecnicamente, é semelhante ao realizado em março de 1986 para estudar o Halley. Há vários programas desse tipo, mas o mais avançado é o franco-soviético Vesta: são duas sondas que serão lançadas em 1994 pela União Soviética, cada uma com a missão de sobrevoar três asteróides de diferentes famílias e o núcleo de um cometa. Durante o vôo, os instrumentos de bordo determinarão a massa e densidade do objeto, a composição superficial, a forma e, com o auxílio de uma câmera de TV, realizarão uma série de fotos. Planeja-se também a instalação na sonda de um espectrômetro de massa, que permitirá a análise dos grãos que a nave venha a encontrar em seu percurso, mais especialmente nas proximidades desses objetos.

O encontro com o asteróide ou com o cometa, o segundo procedimento, consistirá em colocar a sonda em órbita ao redor de um objeto que ele acompanhará em sua trajetória. A dificuldade será escolher um objeto cuja velocidade relativa no momento do encontro seja suficientemente fraca, a fim de permitir uma freagem e a entrada em órbita. A NASA tem um projeto dessa natureza, o Comet Rendez-vous e Asteroid Fly-by (CRAF). Seu objetivo será realizar um encontro cometário a cerca de 750 milhões de quilômetros de distância do Sol – nada menos que cinco vezes a distância da Terra ao Sol.
Assim, os astrônomos da NASA esperam acompanhar a evolução do núcleo de um cometa ainda pouco ativo até sua aproximação do Sol, quando ele desenvolve a cabeleira e a cauda.
Nessa missão, a NASA deverá usar um veículo espacial em desenvolvimento, o Mariner Mark Il. Os cometas a serem contatados vão depender da data de lançamento. Na mira dos astrônomos estão o Tempel 2 e o Kopff (ou Wild 2), cujos encontros deverão acontecer em 1999, 2001e 2003, após uma viagem que pode durar de quatro a sete anos, dependendo do tipo de trajetória programada: direta ou indireta. Na última hipótese será usado o impulso gravitacional, que permitiu o sucesso das naves Voyager. O terceiro procedimento, a retirada da amostra de asteróide ou do núcleo de um cometa, é bem mais ambicioso. Chamado Cometary Nucleus Sample Return (CNSR), é uma das principais missões da Agência Espacial Européia (ESA).

A NASA tem projeto semelhante previsto para o início do século XXI. Porém, os problemas de uma missão como essa são enormes, tendo em vista a natureza dos componentes do núcleo de um cometa. Realmente, além da escolha do cometa e do ponto de prospecção para colher a amostra, existem dificuldades relativas à propulsão, às técnicas de encontro e à técnica de preservação da integridade das amostras – em geral, grãos, gelo e compostos orgânicos em forma de gases – até retornarem à Terra, para estudo. Os defensores desse projeto baseiam-se nos progressos que alcançaram as análises em laboratório de material extraterrestre lunar e meteorítico, que atualmente é analisado e datado com grande precisão. Por outro lado, é possível determinar a composição de compostos orgânicos de teor muito fraco. Desse modo, reconstrói-se a química primordial na época do surgimento do sistema solar, se considerarmos que os cometas são os fósseis da nuvem proto-solar de onde se originou nosso sistema planetário.

 

 

O astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão é membro da Comissão de Estrelas Múltiplas de Duplas, de História da Astronomia e de Asteróides e Cometas da União Astronômica Internacional.

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EVENTOS DO MÊS

-Constelações
Durante o mês serão visíveis as seguintes constelações: Touro, Perseu, Triângulo, Áries, Andrômeda, Pégaso, Peixes, Baleia, Aquário, Peixe Austral, Grou, Índio, Pavão, Tucano, Oitante, Ave do Paraíso, Triângulo Austral, Cruzeiro do Sul, Mosca, Peixe Voador, Vela, Popa, Pintor, Dourado, Pomba, Cão Maior, Lebre, Erídano, Orion, Cão Menor, Cocheiro, Câncer e Hidra Fêmea. Longe das luzes da cidade, em noites claras, será possível observar, nas constelações de Dourado e Hidra, a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães.

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Meteoros

Entre 25 de janeiro e 28 de fevereiro vão aparecer os meteoros do enxame Alfa Carinídeos, famosa chuva de estrelas cadentes, com radiante na constelação de Carina. Estes meteoros são lentos, brilhantes, com diversas cores. A freqüência é de onze por hora. Vale a pena observá-los em noites sem luar, longe das luzes.

 

 

Fases da Lua

Quarto crescente, dia 4, às 7h40min; Lua cheia, dia 11, à 1h57min; quarto minguante, dia 18, às 18h17min; Lua nova, dia 26, às 16h20min. Entre 27 e 30 de janeiro pode-se observar a luz cinzenta.

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Planetas

Mercúrio: será visível de madrugada, antes do nascer do Sol, após 15 de janeiro. O melhor momento para observá-lo será por volta de 31 de janeiro, quando o planeta estará no seu máximo afastamento angular do Sol, do lado oeste (magnitude: 0,1).

Vênus: será o objeto mais brilhante no céu vespertino nos primeiros dias do ano, entrando em conjunção com o Sol em seguida e reaparecendo no fim do mês como astro matutino (magnitude: -4,5).

Marte: visível na constelação de Ofiúco, como astro matutino, antes do nascer do Sol, do lado leste (magnitude: +1,5).

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Júpiter: visível durante quase toda a noite na constelação de Gêmeos, com brilho muito intenso (magnitude: -2,7).

Saturno: praticamente invisível devido á conjunção com o Sol no dia 6. No final do mês, ele reaparece no céu matutino na constelação de Sagitário, antes do nascer do Sol (magnitude: +0,5).

Não é difícil reconhecer os planetas, já que seu brilho parece fixo. O ponto de referência para localizá-los é a Lua. No dia 10, Júpiter estará ao sul da Lua; em 23, Marte estará ao norte; no dia 24, Urano, Mercúrio e Netuno estarão ao norte, e, em 25, Saturno estará ao norte.

Mas as duas grandes atrações do mês são os aglomerados de Hidras e Plêiades. As primeiras têm forma semelhante a um triângulo: o vértice sul é constituído pela estrela Gama, o da esquerda, pela estrela Épsilon do Touro, e o da direita pela estrela Alfa do Touro (Aldebarã) – estrela-gigante com diâmetro 35 vezes superior ao Sol. Entre Aldebarã e Gama está uma estrela dupla visível a olho nu: Teta do Touro. A oeste de Touro estão as Plêiades, o mais famoso de todos os aglomerados abertos. Sem auxílio ótico, sete estrelas desse aglomerado são facilmente visíveis: Alcione, Mérope, Electra, Celeno, Taigeta, Maia e Astérope.

 

 

Magnitude estelar

0,5 ou mais brilhante
0,5 a 1,5
1,5 a 2,5
2,5 a 3,5
3,5 a 4,5

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Aspecto do céu

1 de janeiro, às 21h30min
15 de janeiro, às 20h30min
30 de janeiro, às 19h30min

 

 

 

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