Para criar a menor calculadora do mundo, os cientistas da IBM buscaram inspiração no ábaco, um instrumento matemático inventado na Ásia cerca de 5 000 anos atrás. A diferença é que as bolinhas têm o diâmetro de um nanômetro, ou seja, a milésima parte de um milímetro. Os pesquisadores Maria Teresa Cuberes, James Gimzewski e Reto Schlittler formaram dez linhas estáveis de dez moléculas, que são movidas individualmente numa superfície de cobre, com o auxílio de uma agulha ultrafina instalada em microscópio. Cada molécula é composta de 60 átomos de carbono dispostos na forma de esfera – uma descoberta científica que levou o Prêmio Nobel de Química em 1996. Tudo tão pequeno que é preciso ampliar a imagem milhões de vezes para ver o ábaco molecular em funcionamento.
Apresentada em 1996 pelo trio de gênios do laboratório da IBM na Suíça, essa calculadora utiliza o mesmo princípio do ábaco. As bolas microscópicas são empurradas para a esquerda e para a direita, representando os números de zero a dez. Mais do que uma brincadeira de cientistas, o ábaco molecular é uma experiência bem-sucedida na manipulação de estruturas invisíveis ao olho humano. A menor calculadora do planeta significou um enorme avanço nos estudos sobre as propriedades de átomos e moléculas. O projeto foi patrocinado pelo Escritório Federal de Educação e Ciência da Suíça, tamanho o interesse de governos e empresas do mundo todo pela revolucionária nanotecnologia. Num futuro próximo, tudo indica que os avanços da engenharia nanométrica farão parte do seu dia-a-dia, presentes em produtos como roupas, computadores, aparelhos eletrônicos e automóveis.