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Como este estudo ensinou um robô a ter “empatia”

Em teste feito na Universidade Columbia, nos EUA, a máquina aprendeu a prever as "falhas” de um colega. Veja vídeo.

Por Guilherme Eler
13 jan 2021, 18h34

Um time de engenheiros da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, escalou uma dupla de robôs para cumprir uma tarefa desafiadora até mesmo para humanos: colocar-se no lugar do outroNo experimento, feito no Laboratório de Máquinas Criativas da universidade, o primeiro robô aprendeu a prever as intenções do segundo – e, por tabela, entender suas escolhas, mesmo quando elas pareciam equivocadas no seu ponto de vista. Isso implica dizer que, da sua maneira, um robô desenvolveu um tipo de empatia com seu colega metálico.

O teste que colocou essa capacidade à prova era simples. Um robozinho motorizado foi programado com o único objetivo de deslocar-se entre círculos verdes que eram projetados numa superfície. Após parar em um ponto da bancada, o robô aguardava novos círculos verdes serem projetados, e caminhava até o mais próximo. Sua meta era fazer o percurso cumprindo sempre a menor distância possível.

Havia, porém, um obstáculo. Uma caixa de papel cartão vermelho, não-fixa no cenário, por vezes impedia que a visão do robô motorizado detectasse certos círculos, dependendo da posição em que eles eram projetados. Para cumprir a sua meta, então, a máquina simplesmente escolhia o círculo mais acessível, ainda que ele estivesse mais distante.

Toda essa ação era flagrada de cima, por um robô-observador. Com a ajuda de sua câmera, ele assistiu ao robô motorizado por 2 horas e, então, aprendeu a compreender suas rotas e antecipar seus movimentos. Você pode entender melhor a dinâmica do experimento assistindo ao vídeo abaixo.

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“Como um casal de longa data que pode prever cada movimento um do outro, um robô aprendeu a prever as ações e objetivos futuros de seu robô parceiro, com base em apenas alguns frames de vídeo, dizem os cientistas, em um comunicado.

O robô-observador não precisou de informações extra, como as rotas mais usadas pelo colega, para ficar craque na tarefa de antecipar seus movimentos. Só de assistir ao robô de rodinhas andando de um lado para o outro, o observador aprendeu a prever corretamente suas intenções com eficiência de 98%.

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Isso significa dizer que, apesar de não saber do incômodo causado pela caixa, ele conseguia traçar as rotas que o colega usaria – ainda que esses caminhos não fossem os ideais, já que, vez ou outra, não representavam a menor distância possível.

“Nossas descobertas começam a demonstrar como os robôs podem ver o mundo da perspectiva de outro robô”, disse Boyuan Chen, pesquisador que liderou o estudo. “A capacidade do observador de se colocar no lugar de seu parceiro, por assim dizer, e compreender, sem ser guiado, se seu parceiro poderia ou não ver o círculo verde de seu ponto de vista, é, talvez, uma forma primitiva de empatia”.

Reconhecer que outros seres podem ter metas, necessidades e objetivos diferentes dos seus é uma emoção complexa, que, em humanos, costuma ser observada a partir dos 3 anos de idade. Moral da história? Se a humanidade quiser, no futuro, contar com robôs com moral mais sofisticada, vai ter que ensiná-los a ter traquejos sociais desde a infância. O que inclui colocar-se na pele – ou, melhor dizendo, na lataria – do colega.

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