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Como surgiu e como funciona o Guinness Book

Um dos livros mais vendidos - e mais cheios de esquisitices - do mundo

Por Marcelo Spina
Atualizado em 3 mar 2017, 19h28 - Publicado em 31 out 2000, 22h00

O norte-americano Ray Macareg fez uma demonstração e tanto em 1999: provou ser possível soprar bolas de chiclete com uma tarântula na boca. Em 1998, outro americano, Mark Hogg, demonstrou seu arrojo de forma ainda mais indigesta: engoliu 62 minhocas em apenas 30 segundos. No mesmo ano, foram medidas as unhas do indiano Shridhar Chillal, que, juntas, somaram mais de 6 metros de comprimento. Voltando 400 anos no tempo, na Transilvânia, Romênia, damos de cara com Elizabeth Bathori, a maior assassina de toda a história: acreditando que assim preservaria sua juventude, ela teria matado mais de 600 meninas e se banhado em seu sangue. Essas histórias poderiam compor um livro de ficção de segunda categoria se não tivessem acontecido de verdade. Trata-se de alguns dos feitos registrados no Guinness Book, o Livro dos Recordes, que registra as marcas humanas mais notáveis em ciência, esportes, artes, grandes viagens, riqueza, fama e, como você já percebeu, em extravagância também.

O Guinness Book nasceu de uma discussão travada em 1951 entre Sir Hugh Beaver, diretor da tradicional cervejaria Guinness, e amigos que participavam de uma caçada na Irlanda: seria a tarambola (espécie conhecida no Brasil como lavadeira ou maçarico) a ave de caça mais veloz da Europa? Três anos depois, o assunto ainda causava polêmica no grupo. Uns argumentavam que outra ave, o tetraz, seria mais veloz. Foi quando Beaver chegou à conclusão de que polêmicas como aquela poderiam estar acontecendo diariamente nos pubs da Grã-Bretanha e que um livro que desempatasse as disputas teria um valor inestimável. Assim, contratou os irmãos McWhirter para uma detalhada pesquisa sobre números e fatos e, em agosto de 1955, lançou o primeiro Guinness Book of Records. Aquela edição, com 198 páginas, teve sucesso imediato e, até o final do mesmo ano, já figurava como best-seller no país. Hoje, a empresa Guinness World Records Ltd., sediada em Londres, conta com um arquivo de 40 000 recordes – no livro anual cabem apenas 10% deles. O Guinness também alcançou grande audiência em programas de televisão, mostrando o que há de mais espetacular e esquisito ao redor do mundo.

O Guinness Book detém, ele mesmo, um recorde: é o livro que mais lucra com direitos autorais no mundo. São mais de 80 milhões de exemplares vendidos desde a sua primeira edição. Distribuído ao redor do mundo em 20 idiomas, o Guinness representa para muitos o sonho de notoriedade internacional. Recordes geram reconhecimento que, por sua vez, pode atrair patrocínio para novas façanhas. A editora garante que qualquer pessoa pode se tornar um recordista e receber um certificado oficial da entidade. “Nós somos muito democráticos”, diz Neil Hayes, do Departamento de Marketing da Guinness. “Damos o mesmo espaço para um sujeito que equilibra galões de leite na cabeça, para campeões olímpicos ou estrelas de Hollywood.”

Para bater um recorde, as condições devem ser exatamente as mesmas da marca estabelecida anteriormente. E o aspirante precisa apresentar provas documentadas que deem credibilidade ao feito. Entre elas: imagens em vídeo, fotografias, artigos de jornal, duas testemunhas (que devem ser autoridades ou pessoas respeitadas na comunidade) e, dependendo do caso, o aval de especialistas na modalidade. Para obter o recorde de uma modalidade que ainda não existe é necessário enviar um projeto para a Guinness explicando com o máximo de detalhes a façanha almejada. Aí dependerá de a empresa decidir se o recorde merece ou não o seu aval. Se você quer tentar a mão, o meio mais eficiente de entrar em contato com a Guinness é por e-mail. Mas é preciso insistir. Os editores estão sempre muito ocupados.

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