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Cruzeiro do Sul, destaque maior do hemisfério

Artigo do astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, comentando a grande nitidez da constelação Cruzeiro do Sul nesta época do ano.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h39 - Publicado em 31 Maio 1991, 22h00

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

As quatros estrelas do Cruzeiro do Sul projetam sua cintilação com grande nitidez, nesta época, e oferecem inúmeras surpresas para quem nunca as observou com ajuda de um pequeno binóculo. Um exemplo é o astro que constitui a ponta superior da cruz e o terceiro mais brilhante da constelação, designado pela letra grega gama. Sob a força das lentes, verifica-se que, naquele ponto da constelação há duas estrelas de cores laranja e azul, num esplendido contraste de cores. O mesmo fenômeno – em que duas estrela bem próximas fundem-se num mesmo foco de luz, a olho nu – ocorre também com a Alfa do Cruzeiro, situada ao pé da cruz. Visíveis comum binóculo, suas duas componentes são azuladas e não tão coloridas quanto as de gama, mas são igualmente interessantes.

Na verdade, cada membro desse par é por sua vez uma dupla , criando um complicado sistema quádruplo – infelizmente, visível apenas com sofisticados instrumentos. Mas há outros objetos notáveis no Cruzeiro, como a Caixa de Jóias , um formidável agrupamento de estrelas de variadas cores. A olho nu, aparece como um astro solitário de magnitude 5, que denota um brilho fraco; comparativamente, a estrela mais clara do céu, Sírius, tem magnitude – 1 ( quanto menor a magnitude, maior o brilho). Ao binóculo, porem, já se vêem alguns dos astros que a compõem, e com um pequeno telescópio é possível distinguir bem próximo entre si, pelo menos cinqüenta astros,de inúmeros tons de azul e vermelho.

O Cruzeiro do Sul gira no céu como o ponteiro das horas, no relógio, pois o braço maior muda de inclinação ao longo da noite. O inicio , esta quase paralelo ao horizonte: gradualmente, assume uma posição mais vertical e afinal volta a ficar mais ou menos paralelo. Estendendo-se da estrela alfa para a gama, esse eixo sempre aponta na direção do Pólo Sul, e gira em torno desse marco geográfico. Por isso, é preciso procurar a constelação para o lado sul do céu. Logo após o acaso, a estrela alfa está à esquerda do observador , isto é, a leste: em seguida, dirige-se no céu ate a cruz ficar de pé , bem na vertical;finalmente , inclina-se para a direita e coloca-se a oeste do observador.

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O Cruzeiro também pode ser usado para encontrar a posição exata do Pólo Sul. Basta prolongar quatro vezes e meia a linha imaginária formada por seu eixo maior e em seguida idealizar uma vertical até o horizonte. O pólo acha-se na direção desse ponto. Em suas vizinhas, alem disso, vê-se a Constelação do Oitante, geralmente representada por uma única estrela visível a olho nu, a Sigma do Oitante. Outra constelação próxima é o Centauro – duas de suas estrelas mais evidentes estão entre as formações mais evidentes estão entre as formações mais notáveis do Hemisfério Sul. Apelidadas de Guardas, por apontarem na direção do Cruzeiro, elas ficam na direção leste, sobre o prolongamento de uma linha imaginária formada pelas estrelas beta e gama desse último agrupamento.

Uma das Guardas é a Alfa do Centauro. De característica cor amarelada, é a mais próxima estrela do Sol, situada a 4,3 anos-luz (cada ano-luz mede cerca de 10 trilhões de quilômetros). A outra é a Beta do Centauro e exibe inúmeras galáxias e um rico campo de estrelas , a ponto de brilhar de maneira difusa , como se estivesse coberta por uma névoa matinal. Junto à Ômega do Centauro encontra-se, por exemplo , um dos mais belos aglomerados globulares: trata-se de uma impressionante concentração de estrelas, a maior de que se tem noticia, na Via Láctea. Semelhante a uma mancha, a olho nu o aglomerado tem forma esférica e torna-se menos denso do centro para fora. Não se sabe de quantos astro é formado, mas estima se que é algo próximo dos 100 000.Um espetáculo difícil de esquecer, especialmente se visto com um telescópio de 20 centímetros de diâmetro.

Ronaldo Rogério de Freitas Moura é astrônomo e membro da União Astronômica Internacional

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Eventos do mês

Constelações

As 20h do dia 15 de junho, estarão no céu Virgem, Cães de Caça, Ursa Maior, Lince, Câncer, Corvo,Hidra Fêmea , Pomba , Cão Maior, Vela, Carena, Popa, Pintor ,Reticulo, Peixe Voador , Hidra Macho, Oitante, Ave do Paraíso, Pavão , Altar , Triangulo Austral, Compasso, Telescópio, Sagitário, Escorpião , Lobo, Libra , Ofiúco, Serpente e Boieiro.

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Meteoros

A partir da Constelação de Áries, ou Carneiro, os Arietídeos dispersam-se em máxima atividade no dia 7. Muito números , com taxa horária de 60 meteoro, estarão visíveis a leste, por volta das 4h30. Embora em pequeno numero, os Lirideos chegam ao Maximo no dia 16. Eles dispersam-se a parti de Libra , isto é, têm radiante nessa constelação. Sua taxa horária é de 8 meteoros de brilho fraco, que serão visíveis junto ao meridiano à 1h. No dia 20 será a vez dos Ofiucideos, com taxa horária de 15 meteoros. Eles passam pelo meridiano às 0h30. Convém observar os meteoros longe da luz das cidades e quando a Lua está abaixo do horizonte.

Fases da Lua

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Quarto minguante, dia 5, às 12h30; nova 12 às 9h06; quarto crescente, dia 19, à 1h19; cheia, dia 26, as 23h58. A luz cinzenta da Lua poderá ser observada entre 12 e 14.

Planetas

Mercúrio: procurá-lo, no inicio do mês, antes de o Sol nascer(magnitude –0,8)e, no fim do mês, ao anoitecer (magnitude –0,7). No dia 17, fará conjunção com Sol, ou seja, aparecerá bem perto dele. As magnitudes crescentes indicam brilho decrescente; Sirius , a estrela mais brilhante tem magnitude –16.

Vênus: muito reluzente, surgirá ao anoitecer com magnitude –4. No dia 17, atinge o máximo brilho e fará dupla com júpiter (conjunção). No 2, fará conjunção com Marte.

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Marte: visível em Câncer logo ao anoitecer (magnitude +1,9).

Júpiter: visível em Câncer, quase toda a noite (magnitude –1.4).

Saturno: aparecerá junto a Capricórnio (magnitude +0,6).

Urano: pode-se vê-lo com luneta em Sagitário (magnitude +7,7).

Boa referencia para os iniciantes que observam planetas, a Lua estará ao sul de Saturno, nos dias 2 e 29, e de Mercúrio , no dia 11. Estará ao norte de Vênus , Marte e Júpiter no dia 15, e de Urano e Netuno no dia 27.

Eclipse da Lua

Nos dias 26 e 27, às 22h50, uma fraca sombra da Terra Cobre parte da Lua, criando um eclipse de penumbra.

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