(Mauricio Yokomizo, São Paulo, SP)
Apesar de mais de 60 planetas já terem sido descobertos fora do nosso sistema, até hoje não se conseguiu observar um só. A luz emitida por eles é ofuscada pela estrela que orbitam e não há telescópio poderoso o suficiente para vencê-la. A única prova visual foi obtida em 1999, quando observou-se a sombra de um planeta que passava diante de uma estrela a 150 anos-luz da Terra. Existem, no entanto, outras técnicas para inferir a presença desses corpos celestes. A principal é analisar se as estrelas oscilam de forma regular, sinal de que há um planeta em sua órbita. Mas isso permite achar apenas astros muito grandes – do tamanho de Júpiter, por exemplo – e bem próximos da estrela que orbitam. A esperança de observar novos planetas pode se concretizar em 2011, quando a NASA pretende colocar no espaço uma rede de quatro satélites-telescópios. Eles estarão dotados de um interferômetro, aparelho que reúne as quatro imagens em uma só. “Será o primeiro observatório capaz de detectar e retratar planetas do tamanho da Terra que estejam a quase 50 anos-luz de distância”, afirma o coordenador do projeto, Charles Beichman.
Adivinhação por tabela
Os astrônomos descobrem novos planetas pela oscilação da estrela que orbitam
Um planeta grande, mas de órbita pequena, exerce forte gravidade sobre a estrela, atraindo-a para si
À medida que o astro se desloca no espaço, a direção de atração muda. Essa oscilação da estrela permite inferir a existência do planeta, mesmo que não possamos vê-lo