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Eu, robô

Arranjei um robô de telepresença - e o coloquei no meu lugar. Eu previa uma semana de moleza, trabalhando sem sair de casa. Mas a realidade foi diferente

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h31 - Publicado em 2 jul 2014, 01h00

Bruno Garattoni

A tela se acende e vejo que sou o centro das atenções. Excitados, colegas e chefe riem e tiram fotos. Resolvo dar uma voltinha e viro assunto do andar inteiro. Olho a cara das pessoas e não sei se estão admiradas por meu vanguardismo ou espantadas com a disposição em pagar tamanho mico. Porque hoje não fui trabalhar: estou representado, na redação da SUPER, por um robô de telepresença. Ele foi criado pelos estudantes Igor Radames, Fernando Sardinha, Rafael Neves, Felipe Esposito e Fernando Silva, do curso de Engenharia da Computação da Faculdade São Judas Tadeu. É um trabalho acadêmico, não um produto comercial, e por isso tem limitações (os rapazes levam algumas horas até conseguir ligá-lo pela primeira vez).
As pessoas da redação logo se acostumam à máquina, e eu posso começar a tentar trabalhar. Primeira surpresa: minha casa é muito mais ruidosa do que eu pensava. As obras dos vizinhos e os aviões passando por cima do prédio atrapalham demais, fazem muito barulho. E não posso ouvir uma música (pois o áudio do robô monopoliza a placa de som do laptop). Também descubro como é difícil passear pela redação. Como ela está cheia de mesas, cadeiras e coisas jogadas, não consigo fazer o robozinho andar dois metros sem esbarrar em algo. Às vezes ele empaca ou dá pau, e preciso pedir ajuda. Participo de reuniões numa boa. Vejo e ouço bem, as pessoas me entendem. Mas é quase impossível fazer outra coisa, como escrever um e-mail ou editar um texto, pois não consigo ignorar os estímulos da redação e entrar no meu mundinho (e se alguém quiser falar com o robô?). Também me sinto acorrentado ao laptop, com medo de levantar até para ir ao banheiro (e se alguém quiser falar com o robô???). É muito desgastante. Tanto que, embora tivesse planejado ficar a semana toda usando a máquina, resolvo terminar a experiência após o primeiro dia. A vida real cansa menos.

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