Existe uma indústria bilionária dentro de você
Acha que Facebook e Google faturam com sua intimidade? Conheça empresas de “genética personalizada”, que estão tentando transformar seu DNA no novo big data
Cuspe de ouro
A 23andMe nasceu há dez anos prometendo uma revolução genética que nunca aconteceu. Hoje, a empresa analisa sua saliva para revelar origens étnicas e até seu risco de desenvolver Parkinson. Mas seu poder real é menos óbvio: mais de 2 milhões de clientes da empresa aceitaram virar cobaias anônimas para pesquisas futuras. Mais que um serviço, a 23andMe se tornou um banco de dados vivo.
DNA de berço
A Veritas Genetics prevê, em recém-nascidos, desde o risco de desenvolver 950 doenças até traços como a largura do nariz ou propensão a comer em excesso. Se não quiserem saber tudo de uma vez, os pais pode deixar os dados guardados e comprá-los no futuro. E, assim, a empresa ganha carta branca para armazenar seus dados superíntimos por uma vida toda.
Genética de varejo
Tudo isso só é possível graças à Ilumina, que vende a tecnologia às outras empresas. Com máquinas que analisam um genoma humano inteiro por hora, o preço do sequenciamento completo caiu de um US$ 1 milhão, em 2007, para os atuais US$ 1.000 por paciente. O objetivo da empresa é chegar a US$ 100 por sequenciamento.
Genoma no espaço
A Oxford Nanopore promete ser a primeira competidora à altura da Ilumina. Seu dispositivo é menos preciso, mas cabe, literalmente, no bolso: pesa só 100 g. Sua principal ação de marketing foi uma parceria com a Nasa, que levou o minissequenciador para a Estação Espacial Internacional, para o primeiro sequenciamento genético já realizado em órbita.