GPS sai para pescar
Sistema é mais só uma bússola metida a besta: ajuda a prever terremotos, erupções vulcânicas e até localiza bandos de lagostas no fundo do mar.
Em países como os Estados Unidos, a sigla GPS é a salvação de motoristas perdidos. Por meio de receptores do tamanho de telefones celulares, o Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System, iniciais de GPS) envia aos que detestam pedir informações sobre ruas sua exata localização em qualquer lugar do planeta. É como uma bússola melhorada. No entanto, cientistas descobriram usos ainda mais abrangentes para o sistema: os mesmos sinais de satélites são uma excelente ferramenta para detectar movimentos de um mundo em constante mutação. A tecnologia permite, por exemplo, descobrir quando um vulcão vai entrar em erupção. Ou, então, mapear icebergues. Para isso, basta pedir leituras repetidas de uma localização fixa com um receptor GPS. Atualmente, a ponte Tsing Ma, em Hong Kong, a maior ponte suspensa do mundo, com tráfego de carros e de trem, é monitorada constantemente pelo sistema, que emite dez imagens da construção por segundo, em três dimensões, e mede suas oscilações.
Pesquisadores americanos também pretendem descobrir mais sobre erupções vulcânicas em Vênus analisando, por meio de satélites, o derramamento de lava em determinados pontos da Terra. A tecnologia também possibilitará, num futuro próximo, monitorar o nível do mar, por causa da ameaça do derretimento das calotas polares. Outra aplicação do GPS é detectar com semanas (e até meses) de antecedência possíveis terremotos. Mas a tecnologia tem também usos, digamos, mais prosaicos. Foi o que descobriram pescadores de lagosta do Maine, nos Estados Unidos. Eles recebem informações precisas sobre grupos de lagostas, com um mapa detalhado do oceano.