Para caçar em regiões desconhecidas sem se perder, os xavantes, no Estado de Mato Grosso, estão usando o sistema GPS, ligado a 24 satélites americanos Navstar, que estão em órbita, a 20 000 quilômetros de altitude. O GPS dá a exata localização de um indivíduo, esteja onde estiver no planeta. Os índios acham que precisam dessa sofisticação para andar na selva. Na verdade, são 315 dos 600 habitantes da reserva de Pimentel Barbosa, de 2 200 quilômetros quadrados – quase sete vezes a área da Grande Belo Horizonte.
Desde que adotaram a vida sedentária, na década de 60, a quantidade de animais em volta do povoado foi se reduzindo. Ao ponto de al uns animais como antas e veados campeiros – chegarem à beira da extinção. Este é um problema sério porque a carne de caça representa 90% da proteína consumida. Com o GPS (sigla em inglês para “sistema de posicionamento global”), eles se aventuram mato adentro, e também querem fazer um levantamento da fauna da reserva. Eles já começaram a contar os animais e a assinalar alguns locais exatos onde eles se encontram.
Para dar a posição do usuário, o GPS calcula o tempo gasto para os sinais de pelo menos três satélites chegarem até o aparelho. Usados originalmente para a orientação de tropas do exército americano, os GPS fazem hoje parte do equipamento de corredores de rali e aventureiros tipo Amir Klink. (Veja em Supermultimídia, página 70, o uso de GPS em automóveis.