Em 1936, o físico Albert Einstein descreveu o fenômeno que chamou de lente gravitacional: no espaço, um maciço objeto esférico, alinhado com outro, mais distante, produziria uma imagem anular – na verdade, uma miragem cósmica – pelo efeito gravitacional que exerce, fazendo a luz se curvar. Outro objeto, apenas ligeiramente fora da linha de visão, produziria duas imagens compactas, uma no interior e outra no exterior do anel. Tudo de acordo com a Teoria da Relatividade. Einstein dizia, porém, que o fenômeno jamais seria observado, pois considerava remota a possibilidade de tal alinhamento celeste.
No entanto, em 1979, astrônomos descobriram o primeiro exemplo de uma lente gravitacional, embora o alinhamento não fosse perfeito. Recentemente, radiotelescópios americanos detectaram um objeto, catalogado como MG1131 +0456, cuja imagem era formada por um anel elíptico acompanhado de duas fontes laterais de sinais de rádio. Descartada a hipótese de tratar-se de uma supemova ou de uma nebulosa, os cientistas renderam-se à evidência de que a teoria estava certa: o MG1131 +0456 é um verdadeiro anel de Einstein.