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Mentiras e outras histórias das fases da Lua

Histórias e lendas das fases da Lua.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h36 - Publicado em 31 ago 1991, 22h00

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

As fases da Lua são, atualmente, muito bem compreendidas pela Astronomia, mas não foi fácil para o homem chegar a duas conclusões básicas sobre esse fenômeno. Primeiro é preciso admitir que a Lua reflete a luz do Sol; ela não tem luz própria. Segundo, ela muda de aspecto ao descrever uma órbita ao redor da Terra. Um erro que ilustra as dificuldades dos antigos foi cometido, por exemplo, pelo astrônomo, historiador e sacerdote babilônico Berosus, que viveu no século II a.C. Para eles, as faces lunares se deviam à rotação da Lua ao redor de si mesma. Supunha-se, então, que o nosso satélite fosse uma enorme esfera, mas que um dos seus lados emitia luz própria constantemente, enquanto o outro era sempre escuro.

Assim, à medida que o hemisfério claro se virasse para a Terra, mostraria, inicialmente, uma delgada fita de luz. Em seguida, quando maior parcela iluminada aparecesse, a Lua apresentaria em quarto crescente. Afinal, com o disco completamente luminoso, surgiria a Lua cheia. Por volta dessa época, no entanto, já se estava pensando numa melhor solução para o problema. Foi o filósofo grego Tales de Mileto (632 – 546 a.C.) quem descobriu a origem das fases lunares em termos modernos. No ano 433 a.C., além disso, o astrônomo grego Meton descobriu a regra segunda a qual as fases da Lua variam ao longo do ano.

Mais que isso, ele determinou um importante ciclo da Lua, denominando ciclo metônico, em sua homenagem, como o muçulmano e o israelita. Outros, como o cristão, utilizam as fases da Lua para demarcar suas festas móveis, como a Páscoa.

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As fases da Lua recebem denominações especiais. Quando a Lua se alinha com o Sol, diz-se que a diferença de longitude desses astros é zero grau e que a Lua se encontra em conjunção, ou em sizígia inferior. Tem-se, então a Lua nova ou novilúnio. Nessa situação, a Lua é invisível, nasce às 6 horas da manhã, passa pelo meridiano ao meio – dia e se põe às 18 horas. Sete dias e meio depois, a longitude da Lua ultrapassa a do Sol em 90 graus e tem-se uma quadratura. Ela recebe o nome de quarto crescente, ou primeiro quarto, e seu aspecto é de um semicírculo, voltado par oeste. A Lua nasce ao meio-dia passa pelo meridiano às 18 horas e pões à meia – noite. Quinze dias após a Lua nova, a diferença de longitude atinge 180 graus e ocorre a oposição, ou sizígia superior. É a Lua cheia ou plenilúnio, que nasce às 18 horas, passa pelo meridiano à meia-noite, e se põe às 6 da manhã.

A quadratura seguinte, com diferença de longitude de 270graus, refere-se ao quarto minguante, ou ultimo quarto. Com aspecto de um semicírculo voltado para o leste, a Lua nasce à meia-noite, passa pelo meridiano às 6 da manhã, e se põe ao meio-dia. Na Roma antiga, dizia-se que a Lua era mentirosa, por meio da expressão latina “luna mendax”. Com efeito, no céu do Hemisfério Norte, quando a Lua está em fase decrescente, ela tem aparência de um C, associado ao vocábulo latino “crescens” (que cresce). E quando ela está na fase crescente, toma a forma de um D, do latim “decrescens” (que decresce). Essa inversão – a “ mentira da Lua – não existe no Hemisfério Sul, onde ela tem a forma de um C quando cresce e a forma de um D quando decresce.

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão é astrônomo e membro da União Astronômica Intenaciona.

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Evento do mês

Eventos

As principais constelações visíveis às 20 horas do dia 15 de setembro são as seguintes: Águia, Flecha, Cisne, Lira, Hércules, Serpente, Ofiúco, Libra, Escorpião, Sagitário, Altar, Lobo, Centauro, Triangulo, Austral, Compasso, Mosca, Cruzeiro, Ave do Paraíso, Oitante, Hidra Macho, Erídano, Fênix, Tucano, Grou, Índio, Peixe Austral, Pavão, Baleia, Aquário, Capricórnio e Cefeu.

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Meteoros

Podem-se observar este mês duas chuvas de meteoros Píscidas, com radiante na constelação de Peixes. O primeiro máximo será no dia 8, com radiante mais ao norte; o segundo, no dia 15, com radiante ao sul do anterior. Suas taxas horárias serão de cinco meteoros. No dia 1º, atingem o máximo os meteoros Gruídas, com radiante na constelação do Grou e taxa horária de cinco meteoros, visíveis junto ao zênite, às 23 horas. No dia 6, será a vez dos Eridânidas. Com radiante na constelação de Erídano e taxa horária de cinco meteoros. Eles passam pelo zênite às 4 horas da madrugada. Já o máximo dos Beta Cetidas, com radiante próximo à estrela Beta Ceti da Constelação de Baleia, será no dia 9, com taxa horária de cinco meteoros, visíveis perto do zênite às 2 horas da madrugada.

Fases da Lua

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Quarto minguante, dia 1º, às 15h16; lua nova, dia 8, às 8h01; quarto crescente, dia 15, às 19h01; lua cheia, dia 23, às 19h40; e quarto minguante, dia 30, às 21h30.

Planetas

Mercúrio: observá-lo antes do levante do Sol, em Leão, até o fim do mês (magnitude -1,2). No dia 7, o planeta atingirá o máximo afastamento do Sol e no dia 3 de outubro estará em conjunção com o Sol.

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Vênus: visível antes do nascer do Sol, em Leão. No dia 27, atingirá máximo brilho (magnitude- 4,6)

Marte: aparece logo após o pôr-do-sol, em Virgem, cada vez mais baixo no horizonte, do lado oeste (magnitude + 1,9).

Júpiter: visível como astro matutino em Leão (magnitude – 1,3). No dia 10, está em conjunção com Régulus, estrela mais brilhante de Leão.

Urano: visível com luneta, durante grande parte da noite, em Sagitário (magnitude + 6,0).

Netuno: visível com luneta, durante grande parte da noite, em Sagitário (magnitude + 7,7).

Primavera: no dia 23, às 9h48 min, o Sol atinge o Equador, marcando o equinócio e chegada da primavera. No Hemisfério Norte tem início o outono.

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