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Morássemos em Marte?

Como viveriam os seres humanos em Marte.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h36 - Publicado em 30 nov 2003, 22h00

Gonzalo Navarrete

Marte não está cheio de homenzinhos verdes, como já se pensou. na verdade, o planeta vermelho logo poderá estar tomado por terráqueos. O dia lá tem 24 horas e 37 minutos, a gravidade não nos mataria (é 39% da nossa) e os friorentos poderiam até gostar da Temperatura (de –140 0C a 20 0C). Com uma Distância da Terra que varia de 55 a 380 milhões de KM e um Diâmetro (6.794 Km) que é a metade do nosso, o quarto planeta do sistema solar está quase pronto para nos receber. basta tomarmos as mesmas precauções que a família da história a seguir.

E se morássemos em Marte? Se um dia precisarmos deixar a Terra, provavelmente iremos para Marte. Entre os planetas próximos, é o único onde achamos sinais da existência de água. Ela pode estar no subsolo ou congelada nos pólos, e deve ser bem salgada. Marte é avermelhado porque é coberto de poeira enferrujada, que fica suspensa na atmosfera. Mas, apesar disso, é possível que tenha abrigado vida, há milhões de anos.

Comeríamos vegetais para não desperdiçar água e oxigênio na criação de animais. Carne, só vinda da Terra (se o planeta ainda existisse) e a preços exorbitantes.

Com um terço da nossa gravidade, Marte seria o lugar ideal para esportes radicais. Uma pessoa de 70 kg se sentiria como se tivesse somente 26 kg no planeta vermelho.

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Exercitar-se seria obrigatório, pois nosso corpo é adaptado para a gravidade daqui. Lá, os músculos enfraqueceriam e os ossos perderiam cálcio (osteoporose).

Usaríamos roupas pressurizadas ao ar livre, pois a gravidade de lá não retém gases e a pressão é baixa. Sem o traje, os olhos pulariam fora e o sangue evaporaria.

Teríamos que ficar atentos ao céu. Marte atrai menos meteoros que a Terra. Mas todos atingem o planeta, pois a atmosfera rarefeita não o protege.

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Um tormento seriam as tempestades de areia, cujos ventos vão a 300 km/h, mais do que qualquer furacão daqui, e duram meses. Detalhe: o ano teria 687 dias.

Por conta das tempestades de areia e dos meteoros, as casas teriam que ser reforçadas. viveríamos no subsolo, em cavernas vedadas para prender o ar.

Não há oxigênio por lá. Sua atmosfera é feita quase toda de gás carbônico (CO2). Criaríamos usinas para extrair oxigênio (o2) do gás (mas ainda não sabemos como).

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Como existe atmosfera, falaríamos sem usar rádio. Mas, por causa do gás carbônico, a freqüência das ondas sonoras seria baixa. Uma menina falaria grosso como homem.

Por causa da gravidade, correr seria moleza, mesmo para os gordinhos e sedentários. Um atleta poderia vencer 100 metros rasos em menos de 5 segundos. Um recorde. já os fãs de uma boa caminhada poderiam passear no valles marineris, cânion de 4 mil km.

Marte tem um relevo impressionante. O Monte Olimpo, maior vulcão do Sistema Solar, com 27 km de altura, fica lá.

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O solo é semelhante, Mas o plantio exigiria adubo. O nitrogênio, essencial, não existe lá. uma saída seria usar transgênicos ou organismos primitivos como líquens.

Nossos carros não andariam em Marte, porque usam motores a combustão, que requer oxigênio. teríamos de movê-los com energia elétrica, nuclear ou solar.

Lá, as noites têm duas luas, mas nada de banho de sol: sem camada de ozônio, a radiação pega. Agora só falta arrumar as malas e pegar o próximo foguete.

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