Está cada vez mais difícil duvidar deque Marte, apesar de agora estar totalmente ressequido, foi cortado por correntes caudalosas há 2,5 bilhões de anos. Prova disso é um novo estudo geológico mostrando claramente o leito de um amazonas marciano, com 1 500 quilômetros de comprimento, agora soterrado sob a areia. A conclusão é da planetologista americana Maria Zuber, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Ela fez imagens dos subterrâneos do planeta avaliando ligeiras oscilações da nave Mars Global Surveyor, que atualmente gira à sua volta. É que, ao sobrevoar terrenos arenosos, com gravidade mais fraca, a nave sobe um pouco. Ela volta a descer quando sente os puxões mais fortes das rochas sólidas. Assim detectou falhas e canais profundos hoje cobertos pela areia. Um computador finalmente transformou esses dados no mapa que você vê ao lado.
O fóssil de um rio marciano
O mapa gravitacional de Marte mostra as áreas mais altas do relevo em vermelho e as mais baixas em azul. O canal azulado de 1 500 quilômetros de comprimento esteve cheio de água há 2,5 bilhões de anos.
1. O leito fluvial, colorido por computador, está hoje totalmente seco e soterrado pela areia.
2. A extremidade inferior do rio extinto desliza entre terrenos altos de Marte. Deles brotava a corrente.