Dois imensos, luminosos e misteriosos arcos azuis, considerados as maiores estruturas já observadas no universo, estão tirando o sono dos astrônomos. Três vezes maiores que o diâmetro da Via Láctea, distantes da Terra cerca de 5 bilhões de anos-luz, os arcos foram vistos pela primeira vez há cerca de 10 anos, mas só agora podem ser estudados, graças às novas técnicas de observação telescópica. Ainda assim, os cientistas encontram dificuldades para definí-los com precisão.
Entre as hipóteses mais prováveis está a de que se trata de aglomerados de estrelas jovens, quem sabe desgarradas de outras galáxias por causa de uma onda de choque, em conseqüência de algum cataclisma galáctico. Mas o que intriga os astrônomos é a perfeita configuração geométrica dos arcos; as estrelas em formação, embora também brilhantes e muito azuis, são mais irregulares. “Minha impressão”, diz o astrônomo João Steiner, diretor de Ciências Espaciais e Atmosféricas do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), “é que esses arcos devem ter-se formado em conseqüência de um canibalismo cósmico; quando duas ou mais galáxias colidem e se engolem umas às outras, podem restar estruturas grandes, restos dessa colisão.”