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O irmão maior do Hubble

A Nasa vai lançar um novo telescópio orbital para procurar nossas origens cósmicas.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h40 - Publicado em 31 out 1997, 22h00

João Steiner

Um dos grandes objetivos do Telescópio Espacial Hubble, que foi concebido no início dos anos 70, era desvendar a natureza dos quasares, que são os astros mais brilhantes que existem, e medir com precisão a idade do Universo. Seu lançamento demorou muito tempo devido a vários problemas, principalmente a explosão do ônibus espacial Challenger em 1986. E quando o telescópio finalmente subiu, descobriu-se, para decepção geral, que era míope. Formava imagens borradas por um defeito numa de suas lentes. Foram necessários longos estudos e uma missão tripulada bastante delicada para que, no final de 1994, as imagens começassem a chegar com a definição esperada. De acordo com a opinião predominante, valeu a pena. Imagens espetaculares chegaram à televisão, às páginas dos jornais e das revistas.

Como conseqüência desse sucesso, a Nasa estuda agora o lançamento de uma versão ampliada do Hubble, o NGST, sigla em inglês para Telescópio Espacial de Nova Geração. A idéia nasceu

depois que a comunidade científica, por meio de muitos debates, deu prioridade máxima a um programa denominado Origens. Sua meta, como o nome diz, é a busca de nossas origens distantes. Significa que o programa pretende investigar o nascimento e a formação das galáxias. E também os planetas que, como a Terra, podem abrigar seres vivos, numa tentativa de entender como eles surgiram no Universo.

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Para atingir esse objetivo, o ideal é construir um telescópio que capte raios infravermelhos – pois esse é o tipo de radiação emitida pelos planetas. Como esses mundos estão muito longe, girando em torno de outras estrelas, é vantajoso observá-los do espaço, onde não há atmosfera. É que o ar sempre prejudica um pouco as observações.

O NGST vai ser grande.

O espelho com o qual captará as imagens terá 7 metros de diâmetro, enquanto o do Hubble tem apenas 2,4 metros. Devido ao seu tamanho, ele não será formado de uma peça única: vai ser composto de vários segmentos que podem ser ajustados para formar um foco comum. Esses ajustes vão funcionar com ajuda de uma técnica avançada, chamada óptica ativa.

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Para manter os custos num patamar razoável – 500 milhões de dólares, segundo os planos da Nasa –, a missão seria lançada num vôo não tripulado e não haveria visitas de manutenção. Toda a operação seria feita com técnicas de robótica e de controle remoto.

O Hubble levou mais de vinte anos para funcionar, desde o início do projeto até sua operação efetiva. Um intervalo tão grande de tempo faz com que os custos cresçam em demasia e a tecnologia fique desatualizada. Essas duas lições, agora, devem ser levadas em conta.

Combinando as observações do futuro telescópio espacial e as dos excelentes telescópios terrestres que estão em construção, a iniciativa da Nasa promete uma perspectiva palpitante para a Astronomia nas próximas décadas.

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João Steiner é professor de Astrofísica do Instituto Astronômico e Geofísico da USP e vice-presidente do Projeto Gemini

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