Pela primeira vez os astrofísicos filmaram passo a passo um dos espetáculos mais violentos do Universo – uma supernova, nome que se dá à explosão de uma estrela gigante (veja as imagens ao lado). A personagem desse filme, batizada com a sigla SN1993J, era imensa: se fosse colocada no lugar do Sol, sua borda tocaria na Terra, a uma distância de 150 milhões de quilômetros. A catástrofe despedaçou-a, jogando fragmentos pelo espaço a uma velocidade de 10 000 quilômetros por segundo (36 milhões de quilômetros por hora). Um ano depois, os restos já estavam espalhados por um raio de quase 1 trilhão de quilômetros. O responsável pela seqüência, José Maria Marcaide, da Universidade de Valência, Espanha, diz que captou as ondas de rádio emitidas pela supernova usando uma rede mundial de telescópios. Só uma rede assim podia mostrar detalhes do episódio, que aconteceu longe, a 12 milhões de anos-luz (1 ano-luz mede 9,5 trilhões de quilômetros). Isso é bem além das fronteiras da Via Láctea, numa outra galáxia chamada M81. As supernovas são importantes para a Astronomia porque, por meio delas, é possível medir a idade do Universo. Do ponto de vista teórico, o filme não trouxe novidade: serviu para confirmar as idéias vigentes sobre a morte das grandes estrelas. Seu grande sucesso foi criar uma nova maneira de observar o Cosmo.