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O pulo do DVD

Cada vez mais barato, os superdiscos que armazenam filmes com qualidade de cinema já estão batendo na sua porta. Prepare-se para aderir a mais um aparelho eletrônico.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h32 - Publicado em 31 out 1999, 22h00

Gabriela Aguerre

Quando o DVD desembarcou no Brasil, em agosto do ano passado, um aparelho custava salgados 1 000 dólares. Hoje, dá para levar um para casa por menos de 500. Novecentos reais, para ser exato. Com a divisão do preço pela metade, a probabilidade de ele emplacar no país dobrou. Afinal, o sucesso tecnológico depende muito do seu impacto no bolso do freguês. Além disso, você sabe, preço baixo não é tudo. Esse superdisco vale o investimento.

Gravado no formato DVD, o filme ganha 500 linhas de definição. Isso quer dizer o dobro da qualidade de imagem oferecida pelas 240 das fitas de vídeo. Do tamanho de um CD de música, ele ocupa menos espaço na sua estante e não estraga. O som é envolvente, em seis canais, e as falas aparecem com dublagem em até oito idiomas, além das legendas, é claro. Os filmes são precedidos de entrevistas e há um making of para arrematar.

Existem no país 35 000 lares com esses aparelhos – o que ainda é uma mixaria. Nos Estados Unidos, esse número pulou de 1,3 milhão no Natal passado para 4 milhões. Aqui no Brasil espera-se também um salto para o final do ano 2000: até lá deverá haver 250 000 aparelhos. Será o primeiro grande pulo do DVD, que pode repetir em intensidade e velocidade a mesma multiplicação do videocassete no final dos anos 80.

gabriela.aguerre@abril.com.br

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Algo mais

O DVD não tem um único inventor. Lançado em 1995, ele foi desenvolvido por um consórcio de dez empresas: Hitachi, JVC, Matsushita, Mitsubishi, Philips, Pioneer, Sony, Thomson, Time Warner e Toshiba.

Efeito de arrasar quarteirão

A história do empresário Miguel Winke, de 47 anos, poderia ser mais uma na extensa lista de pequenos negócios engolidos pelos gigantes. Até 1995, ele tinha em São Paulo algumas videolocadoras de bairro. Mas, de repente, precisou fechar as portas. O motivo: a Blockbuster, maior rede de lojas de aluguel de fitas, desembarcou no Brasil. Pego de supetão, ele resolveu não entregar os pontos. Em vez de desistir, começou a farejar outras oportunidades.

No mesmo ano, numa feira de vídeo nos Estados Unidos, Winke viu pela primeira vez o protótipo de um aparelho de DVD. Engenheiro fotográfico, nascido na Espanha mas filho de pais alemães, ele acreditou na engenhoca. “Aquilo tinha que dar certo”, contou à SUPER. “Sabia disso porque o futuro é da tecnologia digital.”

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Na volta, continuou acompanhando as novidades e, dois anos depois, criou uma página especializada na Internet, o dvd.com.br – endereço que hoje é referência no assunto. Também abriu uma importadora para vender DVDs pela rede. Hoje ele tem mais de 700 títulos à disposição, na maior loja virtual do gênero no Brasil, a DVDWorld. “Fechar minhas locadoras de vídeo foi um azar que deu certo”, diz ele.

Na outra ponta, a Blockbuster, que chegou arrasando quarteirões, como significa o nome em inglês, também se adaptou aos novos tempos. Desde agosto de 1998, pouco tempo depois do lançamento do primeiro aparelho de DVD no Brasil, a rede começou a alugar filmes no novo formato. Hoje 10% do seu acervo de 2 000 títulos está em DVD. A procura, no entanto, ainda é tímida. “Menos de 2% dos clientes alugam DVDs”, lamenta Marcelo Rosenhek, diretor de marketing da Blockbuster. A loja ainda tenta facilitar.

O preço do aluguel de DVD é igual ao das fitas. Além disso, cinco das suas 65 filiais também alugam o aparelho, a 40 reais por três dias de empréstimo.

Pacotes especiais

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Para ser chamado de digital é preciso que o filme tenha os dados de imagem e de som armazenados na forma de bits, a unidade mínima da linguagem do computador. Nas fitas VHS, o sistema de vídeo tradicional, essas informações são impressas magneticamente na fita. É por isso que os filmes se desgastam com muita facilidade, perdendo a nitidez e a definição.

No DVD os dados são digitalizados. Nisso ele se parece com um CD. A diferença principal é que o DVD usa os dois lados do disco. Em cada um deles cabe um longa-metragem inteirinho, ou 4,7 gigabytes – sete vezes mais que um CD.

Um dos sinais mais evidentes de que essa tecnologia veio para ficar é o ritmo dos lançamentos. Quase todos os novos filmes que chegam em vídeo já são acompanhados da sua versão em DVD. As distribuidoras estão aproveitando até para relançar longas-metragens antigos, em pacotes especiais. “Recentemente os fabricantes e os distribuidores de filmes formaram um consórcio para promover o DVD”, disse à SUPER Marcel Rabinovich, chefe de marketing da Sony do Brasil. Eles pretendem lançar uma grande campanha para popularizar essa tecnologia.

Se a estratégia der certo, você vai começar o novo milênio com um desses em casa.

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A evolução natural do compact disc

Quem olhar rapidamente um DVD e um CD pode até se enganar.

Ambos medem 12 centímetros de diâmetro por 1,2 milímetro de espessura

CD

No CD, os dados são gravados em cavidades, feitas em um só lado do disco. Esses minúsculos buracos são lidos por um feixe de raio laser.

O CD tem capacidade para guardar 680 megabytes – o equivalente a 20 minutos de filme.

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DVD

O DVD também tem sulcos, mas ainda menores, dispostos em trilhas mais apertadas, nos dois lados do disco, e distribuídas em duas camadas.

Em um só lado do DVD cabem 4,7 gigabytes, sete vezes mais do que um CD, ou o bastante para armazenar um longa-metragem inteiro.

O leitor de DVD, tanto nos players quanto nos drives de computador, funciona assim: um feixe de raio laser identifica as microalterações de relevo das duas camadas, a de baixo primeiro e a de cima depois.

O bê-á-bá do DVD

A saída é ter um player ou um computador com leitor especial.

Os micros recentes já vêm com leitor de DVD. Nele, você também poderá usar CDs. O que não dá ainda é gravar da televisão, como se faz com o videocassete.

As imagens, em alta definição, podem ser vistas tanto no monitor do micro quanto na televisão. Basta que o aparelho esteja ligado aos dois.

Os aparelhos para leitura de DVDs aceitam CDs de música. É uma vantagem, se o aparelho estiver ligado a caixas de som do sistema Dolby Surround.

Para os consumidores de DVD, o mundo está dividido em seis regiões. Quem fez essa partilha foram os estúdios cinematográficos de Hollywood, para controlar os lançamentos e evitar piratarias. Os aparelhos e os DVDs de cada uma têm um código, contido no chip e no disco, incompatível com os de outras regiões. O Brasil está na região 4. Os Estados Unidos na 1. A conclusão é simples: um filme comprado em Miami não funciona num aparelho brasileiro. Só que a diferença é pequena. Já tem gente adaptando os sistemas para permitir que um aparelho 4 leia um disco 1. Mais uma manifestação do jeitinho brasileiro.

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