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Os espetaculares anéis de Saturno

Características e detalhes dos anéis de Saturno.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h50 - Publicado em 31 Maio 1990, 22h00

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

Saturno gira ao redor do Sol em 29,5 anos (terrestres) à distância média de 1,4 bilhão de quilômetros, ou seja, quase o dobro de Júpiter. Planeta gigante, o segundo maior do sistema solar, com uma massa 95 vezes maior que a da Terra, possui composição e estrutura muito semelhantes às de Júpiter. Saturno executa sua rotação em 10h14min, numa velocidade tão rápida quanto a de Júpiter. A grande fama e popularidade desse planeta se origina dos anéis que o circulam, com cerca de 70 mil quilômetros de largura e um de espessura.

Pelo telescópio, apenas três desses anéis podem ser vistos. Mas as sondas interplanetárias Pioneer 2 (em 1980) e Voyager 2 (em 1981) revelaram que eles são milhares, separados por inúmeras divisões ou lacunas que correspondem a órbitas instáveis, onde quase não circulam os fragmentos que compõem o sistema de anéis. Durante muitos anos, pensou-se que esses anéis fossem gasosos: depois, que fossem sólidos. Sabe-se hoje que são compostos de milhares de minúsculas partículas que, vistas de longe, parecem construir uma massa sólida. No entanto, a origem dos anéis ainda permanece obscura.

Se, por um lado, pode-se imaginar que eles resultam da desagregação ou mesmo do esfacelamento de um ou vários satélites naturais de Saturno que se aproximaram muito de planeta, por outro, acredita-se também que se trate de um satélite que não conseguiu se constituir, ou seja, não se condensou. Ao redor de Saturno giram dezessete satélites conhecidos. Mas esse número deve ser bem superior, pois as naves Pioneer e Voyager coletaram informações sobre outros satélites cuja descoberta definitiva ainda depende da confirmação. O maior dos satélites é Titã, com um diâmetro de 4320 quilômetros. Sua atmosfera possui grande porcentagem de metano.

Tal descoberta foi feita em 1944 pelo astrônomo americano Gerard Kuiper (1905 – 1972). A Pioneer 2, em 1979, encontrou Titã coberto por uma atmosfera avermelhada e admite-se a possibilidade de que ela comportaria o desenvolvimento de formas de vida, embora nada de concreto tenha sido descoberto. Febo, o satélite mais externo, é o único que possui movimento retrógrado, ou seja, gira no sentido contrário dos demais. Alguns astrônomos acreditam que ele é um antigo asteróide capturado pelo campo gravitacional de Saturno.

Saturno e seus anéis oferecem ao espectador um dos espetáculos mais fascinantes do sistema solar e talvez do céu. A olho nu, tem o aspecto de uma estrela de primeira grandeza, de coloração amarelada. Mas com uma modesta luneta (aumento de 50 vezes) é possível observar o anel como uma encantadora miniatura. Com um instrumento de 75 milímetros de abertura e um aumento de 100 vezes será possível distinguir a diferença entre a borda exterior e a interior, quando os anéis estão suficientemente abertos. Em caso de uma imagem extremamente calma, é possível observar nas efemérides do anel, a divisão de Cassini, que separa as duas regiões. Com uma luneta ou telescópio de 120 milímetros pode-se visualizar o anel interior escuro – o anel de crepe. Os detalhes do globo de Saturno são muito análogos aos de Júpiter. Observamos faixas escuras e zonas claras com algumas manchas. As bordas do globo parecem muito difusas em virtude da absorção exercida pela sua espessa atmosfera.

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O astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão é membro da Comissão de Estrelas Múltiplas e Duplas de História da Astronomia e de Asteróides e Cometas da União Astronômica Internacional.

 

 

 

 

 

Eventos do mês

Constelações

Durante o mês, às 4h30min, podemos observar Pégaso, Aquário, Cisne, Lagarto, Cefeu, Lira, Águia, Ofiúco, Sagitário, Escorpião, Libra, Lobo, Altar, Pavão, Telescópio, Triângulo Austral, Ave do Paraíso,
Oitante, Pintor, Dourado, Retículo, Hidra Macho, Relógio, Erídano, Fênix, Baleia, Peixes, Áries, Triângulo e Andrômeda. Perto do horizonte estão as constelações mais brilhantes: Orion, Touro, Sagitário, Escorpião, Carina e Popa. A Via láctea se espalha como uma névoa leitosa ao longo do horizonte oeste e as Nuvens de Magalhães estão nos agrupamentos de estrelas das constelações de Tucano, Hidra Macho e Dourado, perto do meridiano entre o pólo sul e o zênite. A constelação de Peixe Austral, próxima ao zênite, é identificada pela estrela Fomalhaut, de primeira magnitude e coloração branca, distante de nós 23 anos-luz. O objeto mais notável desse agrupamento é a binária Beta do Peixe Austral, cujo companheiro, de sétima magnitude, está a cerca de 30 segundos de arco da estrela principal, de quarta magnitude. Em junho podemos ver Erídano, a mais extensa das constelações, desde o meridiano até o horizonte leste. É facilmente observável se localizarmos sua principal estrela, Aquernar. Em suas proximidades o campo é rico. Ao norte, uma estrela solitária, amarelada, tem especial interesse. Vista de uma luneta, revelam-se duas estrelas amareladas de sexta magnitude formando um sistema binário – o Pi do Erídano. Entre os orbitais ele é o mais próximo de nós, a 20 anos-luz. Outra dupla notável é Teta do Erídano, que os observadores classificam entre as mais belas do céus austral.

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Meteoros

No dia 16, ocorre a máxima atividade dos Lirídeos, rápidos e amarelos, com radiante na constelação da Lira e freqüência de oito por hora. Esse enxame está próximo ao zênite, à 1 hora da manhã. No dia 20, aparecem os meteoros do enxame Ofiucídeos, com radiante na constelação de Ofiúco. Em geral, são fracos, com freqüência de quinze por hora. Melhor observá-los longe da poluição das cidades e com a Lua abaixo do horizonte.

 

 

Fases da Lua

Lua cheia, dia 8, às 8h1; Quarto minguante, dia 16, às 1h48; Lua nova, dia 22, às 15h55;
Quarto crescente, dia 29, às 19h17. A luz cinzenta pode ser observada entre os dias 22 e 24.

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Planetas

Mercúrio: Visível de madrugada até 25 de junho. Melhor observá-la no início do mês (magnitude: + 0,4), pois ele caminha para sua conjunção com o Sol em 2 de julho.

Vênus: Será o objeto mais brilhante do céu matutino, após as 4 horas, antes do nascer do Sol, do lado leste (magnitude: – 3,7).

Marte: Visível na constelação de Peixes após a I hora do lado leste (magnitude: 0.6).

Saturno: Visível na constelação de Sagitário após as 20 horas (magnitude: +0.5), no início do mês e após as 18h30 no fim do mês.

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Urano: Visível ao longo de toda a noite na constelação de Sagitário (magnitude: 5,9).

Netuno: Visível na constelação de Sagitário após as 19 horas (magnitude: 7,7).

 

Para os iniciantes, o ponto de referência para localizar os planetas é a Lua. No dia 11, Saturno estará ao norte: dia 17. Marte estará ao sul: dia 20, Vênus estará ao sul e dia 23 Júpiter estará ao sul.

 

 

 

MAGNITUDES

acima de 0,5

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de 0,5 a 1,5

de 1,5 a 2,5

de 2,5 a 3,5

de 3,5 a 4,5

 

 

ASPECTO DO CÉU

1 de junho às 5h30

15 de junho às 4h30

30 de junho às 3h30

 

 

Nota: As posições dos planetas e da Lua são as de dia 15 de Junho.

 

 

 

 

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