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Regulus, a estrela-rainha dos persas, domina o céu

Características da estrela.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h37 - Publicado em 31 mar 1991, 22h00

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

A Via Láctia, esse mês, estende-se de noroeste a sudeste e a região central do céu, bem no alto, por volta das 22 horas do dia 15, é dominado pelo leão. Trata-se de um conjunto de nove estrelas, três menores e seis maiores, entre as quais destaca-se Regulus, a primeira em brilho, ou estrela alfa. Muito bonita, de cor branca-azulada, é apenas um pouco menos brilhante que a campeã do céu, Sirius (tem magnitude de 1,5 e Sírus -1,5). Com um diâmetro três e meia vezes maior que o do Sol, emite 130 vezes mais luz que ele. Em comparação com Sírus, é quase seis vezes mais luminosa, embora pareça menor porque está bem mais longe: 6,8 anos-luz, contra 8,7 anos luz (1 ano-luz mede cerca de 10 trilhões de quilômetros).

Para localizá-la, pode-se ficar voltado para o norte e partir das Três Marias: Regulus fica a nordeste, isto é, um pouco mais alta no céu e à esquerda. Essa referência tem grande importância histórica, pois, há 4 000 anos, os povos do Hemisfério Norte usavam-na para registrar a passagem das estações. Para eles, o verão começava quando o Sol nascia em Leão; isso significa que, nessa época do ano, no momento em que o Sol começava a erguer-se, Regulus estava bem junto ao horizonte, a Leste. Agora em abril, por exemplo, o Sol nasce em Peixes. Os antigos persas eram ainda mais precisos. Eles dividiam a esfera celeste em quatro partes, correspondentes às quatro estações, e seus marcos eram Regulus, Antares, Fomalhaut e Aldebarã – as estrelas-reis, ou guardiãs do céu.

Situadas, respectivamente, em Leão, Escorpião, Peixe Austral e Touro, basta uma olhada no mapa para ver como esses astros, de fato, representam quatro regiões de extensão equivalente. O outono, assim, corresponde à região entre Antares e Fomalhaut (no Hemisfério Norte; ao sul, a estação correspondente é a primavera). Enfim, o inverso estende-se entre Fomalhaut e Aldebarã, e a primavera, entre Aldebarã e Regulus. Como Sírius e a maior partidos astros, Regulus é uma dupla, ou seja, é acompanhada por outra estrela e ambas giram em torno de um centro comum, presas pela mútua atração gravitacional. Esse sistema pode ser observado com uma luneta simples.
Outra área interessante, em Leão, são as vizinhanças de sua estrela beta (a segunda em brilho), chamada Denébola. Distante apenas 12 anos-luz, ela parece cercada por inúmeros astros menores, alguns dos quais são, na realidade, gigantescas galáxias, situadas muito além da Via Láctea, a mais de 20 milhões de anos-luz.

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Perto de Leão, a leste (ou à esquerda de quem olha para o norte), encontra-se a Constelação da Hidra, a serpente do mar. Sua estrela alada, famosa pela forte cor amarela, recebe o nome Alfard. Tem magnitude 1,98 (ligeiramente mais pálida que Regulus) e está a 85 anos-luz. Diversas concentrações de astros, entre os quais encontram-se galáxias distantes, com aparência de névoas, podem ser vistas em Hidra, da mesma forma como em Leão. Entre essas duas constelações, seguindo a linha da eclíptica, acha-se Virgem, o mais extenso agrupamento estelar do zodíaco.

É fácil de reconhecer, graças à sua estrela alfa, Spica, de magnitude 1,2 e distante 220 anos-luz. No antigo Iraque, Virgem simbolizava Ishtar, assim como na Grécia, simbolizava Deméter – ambas, deusas da fertilidade. Muitas de suas estrelas, em vista disso, tinham importância prática na agricultura. Vindemiatrix, por exemplo, quando se punha junto com o Sol, anunciava aos árabes o momento de colher as uvas. Não é muito brilhante, mas nas suas vizinhanças existe uma verdadeira preciosidade: trata-se de um autêntico aglomerado de galáxias, em número superior a 3 000. Destas, cerca de trinta podem ser observadas com um bom telescópio de potência média.

Eventos do mês

Meteoros

No dia 22, os Lirídeos irradiam-se com freqüência máxima, cerca de quinze meteoros por hora, a partir de Lira Austral. Dotados de longas caudas azuis, surgem às 4h e são chamados de Lirédeos de abril porque em junho caem outros meteoros com radiante na mesma constelação. Dia 23, num espetáculo ainda mais interessante, assiste-se à queda de meteoros lentos, de cor amarela ou alaranjadas, e às vezes bem grandes, do tipo bólidos. Com radiantes em Popa, aparecem logo após o ocaso, com taxa variável. Têm um nome complicado: Grigg-Skjellerupídeos, pois então associados ao cometa Grigg-Skjellerup (podem ser restos deixados por ele). Dia 28, com radiantes em Águia e taxa de dez meteoros por hora, caem os Aquilídeos, às 4h.

Conjunções: a Lua e Vênus formam uma bela dupla no céu claro do anoitecer, dia 17; já no dia 21, o parceiro lunar será Júpiter. Os dois planetas, nessas datas, apresentam-se com brilho fora do comum.

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Constelações

A Terra, em seu giro em torno do Sol, passa, nessa época do ano, por uma região do espaço que, naturalmente, é diferente das regiões visitadas em outro meses. Como resultado, vêem-se no céu, à noite, algumas constelações que não podem ser vistas em outros períodos. Em abril, as constelações que não podem ser vistas em outros períodos. Em abril, as constelações do zodíaco que estão bem visíveis por volta das 20h são Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem e Balança. Fora da linha do zodíaco, vêem-se ainda as constelações Ursa Maior, Cão Menor, Órion, Eridano, Vela, Popa, Pavão, Triângulo Austral, Cruzeiro do Sul, Centauro, Cães de Caça e Boieiro.

Fases da Lua

Quarto minguante, dia 7, 3g45; lua nova, dia 14, 16h38; quarto crescente, dia 21, 9h39, lua cheia, dia 28, 17h58; luz cinzenta, entre 14 e 16.

Planetas

Mercúrio: visível no início do mês após ocaso (magnitude 1,6; a estrela mais brilhante, Siríus, tem magnitude -1,5: quando maior a magnitude, menor o brilho). No fim do mês, surge antes da aurora (magnitude 1,8). Dia 14, está ao norte da Lua.

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Vênus: visível ao anoitecer (magnitude -3,6; muito brilhante). Dia 17, está ao norte da Lua.

Marte: procurá-lo após o ocaso em Gêmeos ( magnitude 1,5). Dia 19, está ao sul da Lua.

Júpiter: visível quase toda a noite em Câncer (magnitude -1,8). Dia 21, está ao sul da Lua.

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Saturno: aparece antes da aurora em Capricórnio (magnitude 0,9). Dia 8, está ao norte da Lua.

Urano: visível com luneta, antes da aurora, em Sagitário ( magnitude 6,0). Dia 6, está ao sul da Lua.

Netuno: visível com luneta, imediatamente depois de o Sol nascer, em Sagitário (magnitude 7,7). Dia 7, está ao sul da Lua.

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