O novo iPod Nano é mais do que bonito e poderoso. Tanto ele quanto o Touch são altamente recicláveis, fabricados sem mercúrio, pvc, arsênio ou componentes tóxicos. Tudo para satisfazer uma revolução que está varrendo o mundo tecnológico rapidamente – a onda ecológica.
• A Apple e outras grandes fabricantes de eletrônicos estão utilizando novos materiais ou criando equipamentos que consomem menos energia, para evitar que os gadgets sejam os novos vilões do aquecimento global. O impacto dessa preocupação já chegou: a Philips lançou este ano uma TV de LCD de 42’’ que consome 75 watts – menos que muitas lâmpadas comuns; a última linha de notebooks da Sony foi construída sem materiais tóxicos e veio em caixas de papel reciclado; e a Motorola pesquisa baterias que funcionam com hidrogênio da água, separada por hidrólise. Todas as marcas estão fazendo de tudo para ganhar um selo de amigas do ambiente.
• Pura bondade? Óbvio que não. São os desejos do consumidor e (principalmente) algumas leis que as estão forçando a isso. A União Européia aprovou, em 2006, uma diretiva que obriga a retirada do chumbo e a redução de materiais tóxicos dos eletrônicos vendidos no continente. Quando não é guardado devidamente, o lixo tecnológico contamina o solo, os rios e os lençóis freáticos com a liberação de substâncias nocivas. “O cádmio é cancerígeno, o chumbo causa danos ao sistema nervoso central e o mercúrio causa lesões cerebrais”, enumera Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, organização voltada ao consumo responsável.
• Por enquanto, ter a consciência tranqüila tem um preço: os eletrônicos não nocivos ao ambiente são também mais caros. Mas a opção de fabricá-los ou não deixará de existir para as empresas à medida que os governos criarem regras mais severas e o público tomar gosto pela mensagem ecológica, como acontece agora com a indústria automobilística. Vale a pena comprar uma TV que não tenha impacto – nem na natureza nem na conta de luz.