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Tecnologias para mergulho: Os peixes vão morrer de inveja

Computadores que captam dados por microondas e outros equipamentos deixam o homem quase tão à vontade no fundo do mar quanto em terra firme. E isso ainda vai melhorar.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h32 - Publicado em 31 dez 1995, 22h00
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  • Ricardo Balbachevsky Setti

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    Profundidade: 25 metros. Pressão: 4 atmosferas. Reserva de ar: 10 minutos. Tempo de submersão: 22 minutos. Respiração: normal. O mergulhador desvia os olhos do computador de pulso e conclui: hora de voltar à superfície. Antes, porém, dá outra espiada no aparelho. A máquina sugere uma parada de 3 minutos a 5 metros da superfície. Basta seguir a orientação e tudo dará certo.

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    O pequeno computador, pouco maior que um relógio, é apenas um dos novos acessórios que estão garantindo passeios seguros pelo fundo do mar mesmo para amadores. Do jeito que a tecnologia evolui, dá até para sonhar com o dia em que deixaremos os peixes para trás. E olha que o mergulho autônomo – sem tubos ligados à superfície – não é coisa tão antiga. Faz 52 anos que o explorador francês Jacques Cousteau inventou o aqualung, a primeira versão do Scuba, sigla em inglês para equipamento de respiração submarina autocontida (veja foto ao lado). Mas o cilindro e o regulador eram pesados e não registravam o consumo de ar. Por isso, o mergulhador só sabia que devia voltar à tona quando precisava fazer força para respirar. Hoje, vai-se ao fundo com a tranqüilidade de quem caminha na praia. Tudo é controlado automaticamente, prevenindo a doença descompressiva, o grande risco da aventura na profundeza.

    Explica-se: na superfície, à pressão de 1 atmosfera, eliminamos todo o nitrogênio que respiramos. A cada 10 metros de profundidade a pressão aumenta 1 atmosfera e isso dificulta a eliminação do gás, que forma microbolhas nos tecidos e no sangue. Até a quantidade acumulada em 72 minutos a 15 metros, ou 8 minutos a 42 metros, elas não fazem mal algum. O perigo está em estourar os limites. Outro problema é a saída da água. Quando se sobe devagar, as bolhas crescem aos poucos e são eliminadas na respiração. Já se a subida é rápida, vão aumentar todas de uma vez, como quando se abre uma garrafa de refrigerante, podendo causar de uma simples coceira até a morte. Com os novos computadores isso nunca acontece.

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    Para saber mais

    Supersub, Américo Santarelli, editora Nobel, São Paulo, 1995.

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    O Segredo do Abismo, longa-metragem de James Cameron, 1989, Abril Vídeo.

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    NA INTERNET: Professional Association of Diving Instructors https://www.padi.com

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    Eficiência submarina

    As novidades que já estão no mercado e os equipamentos em desenvolvimento para ajudar os mergulhadores

    Misto-quente

    Feitas com um sanduíche de três tecidos diferentes, as roupas modernas não deixam ninguém passar frio. Em contato com a pele, o plush, um produto sintético macio e aconchegante, também usado em roupas comuns, aquece e dá conforto. No meio, o Thermotitan, composto de fibras metálicas, absorve e armazena o calor do corpo fora d’água para devolvê-lo depois da descida, de acordo com as necessidades. Por fora, o neoprene, uma borracha cheia de bolhas de ar, cuida de não deixar a água entrar.

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    Economia

    Estão sendo testados sistemas de ar em circuito fechado que unem o regulador (foto menor) e três cilindros. Dois (para o nitrogênio e para o oxigênio) ficam dentro de uma bolsa plástica. O terceiro, embaixo da bolsa, é uma espécie de lixeira. O aparelho faz a mistura que se vai respirar. Quando o ar é expirado, o gás carbônico segue para o cilindro de descarga e a sobra de nitrogênio e oxigênio é reaproveitada. Assim, o tempo de submersão pode crescer. Há também a chance de se fazer misturas especiais, com outros gases, como o hélio, para uso em profundidades maiores.

    Visão real

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    Um dos entraves à observação do mundo submerso é a refração (desvio) da luz, provocada pelo vidro das máscaras, que faz os objetos parecerem maiores. Mas a espessura dos vidros vem diminuindo e os modelos mais modernos, embora ainda aumentem o tamanho das coisas em 15%, já são duas vezes melhores que os antigos. Há dez anos, a ampliação era de 30%.

    Mão na roda

    O computador de mergulho é o grande astro dos novos equipamentos. Ele se compõe de duas partes. Um sensor, que fica nas costas do mergulhador, capta dados do cilindro sobre quanto resta de ar e o ritmo da respiração. Depois, transforma as informações em microondas, como um telefone celular faz com a voz de quem fala. O resto do computador fica no pulso. Lá, um receptor converte as microondas em números, que são processados junto com medidas da pressão ambiente e do tempo de permanência na água. Assim é definida a velocidade ideal para subida e o prazo máximo que dá para ficar numa determinada profundidade. Além disso, não há como esquecer de ligá-lo, pois começa a funcionar automaticamente quando entra em contato com a água. Mais tarde, em terra, conectado a um PC comum, pode elaborar gráficos sobre a atuação do aventureiro. Esses registros são úteis para que o mergulhador possa acompanhar a própria evolução.

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    Conforto seguro

    Uma das marcas dos coletes equilibradores atuais é o design anatômico, mais bonito e confortável. Eles possuem dispositivos de inflagem que os transformam em salva-vidas em segundos. Para evitar a subida rápida demais – e, por isso, perigosa – alguns possuem até três válvulas ao alcance da mão para liberar o ar bem depressa. As presilhas de segurança também evoluíram de modo que um único toque nas fivelas pode livrar o mergulhador de todo o equipamento.

    “Pé-de-foca”

    Inspiradas na anatomia de animais aquáticos como focas, as nadadeiras ganharam eficiência. Ficaram mais firmes no comprimento e mais flexíveis na largura. Isso foi possível devido à troca da borracha por dois tipos de plástico, um mais duro, usado nas laterais, e outro, mais maleável, no centro. Assim, a cada pernada consegue-se deslocar mais água do que com os antigos pés-de-pato, cuja única vantagem residia no fato de ter área maior do que o pé descalço.

    Chute n’água

    Quando se inverte o sentido do movimento dos pés (de baixo para cima e de cima para baixo), a resistência da água faz com que a curvatura da nadadeira também tenha que se inverter. Durante as mudanças, criam-se dois ângulos nos quais a eficiência da pernada é igual a zero, pois não há deslocamento de água. Os plásticos, mais duros do que a borracha, reduziram esses ângulos de 40 graus para menos de 15 graus e as nadadeiras ganharam mais impulso.

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