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TV , só falta andar

TVs por assinatura via satélite transmitem programas em sinal digital e testam os primeiros recursos interativos, como escolha de câmeras, jogos de videogame e serviço bancário por controle ou teclado.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h35 - Publicado em 31 ago 2002, 22h00

Rodrigo Ratier

Afinal de contas, que história é essa de TV digital? Como você já deve saber, o novo sistema vai trazer centenas de opções de interatividade e qualidade impecável de imagem e som, além de permitir que você escolha hora e lugar para assistir à programação . A expectativa é enorme – só é menor, ainda, que a confusão que cerca o assunto. De fininho, a nova tecnologia já aportou por aqui: TVs por assinatura via satélite transmitem programas em sinal digital e testam os primeiros recursos interativos, como escolha de câmeras, jogos de videogame e serviço bancário por controle ou teclado.

Mas a verdadeira revolução vai acontecer com a chegada da novidade à TV aberta, daqui a pelo menos três anos. Aí sim é caminho aberto para transformar a caixa colorida em um aparelho multimídia e concretizar a promessa dos filmes de ficção científica, levando a imagem para celulares e palmtops. O segredo da multiplicação de funções é que cabem vários tipos de programas digitais em um canal. “O sinal digital ocupa menos espaço. Na transmissão tradicional, analógica, um programa preenche toda a faixa de freqüência”, explica o engenheiro eletrônico Walter Duran, da Philips. No sistema digital padrão, chamado de SDTV, o sinal chega às casas sem fantasmas nem chuviscos, com imagem de DVD e som de CD. É bom. Mas muito melhor vai ser quando começar a transmissão em alta definição – a HDTV, inédita no Brasil –, que ocupa mais espaço no canal mas garante qualidade de cinema.

A mudança na transmissão está prevista ainda para esta década mas ninguém precisa ter pressa para trocar o aparelho. Pelo menos durante dez anos, as emissoras vão transmitir nos dois sistemas, o analógico e o digital. Isso, claro, depois que o governo escolher qual padrão de transmissão vai adotar para a TV aberta: o japonês, o europeu ou o americano. “As emissoras pressionam pelo sistema do Japão, tecnicamente melhor, mas o governo ainda estuda a viabilidade comercial de cada um”, explica o engenheiro eletrônico Cristiano Akamine, da Universidade Mackenzie, em São Paulo. Por enquanto, não vale a pena aposentar aquela TV velha de guerra com palha de aço na antena. Ainda mais porque os modelos digitais à venda hoje no Brasil têm preço bem salgado – entre 6 000 e 11 000 reais.

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Ficção realista

Ainda nesta década, a sala de TV vai ficar assim

Paulada sonora

Como nos DVDs de última geração, será possível ter até cinco canais de áudio, com qualidade de cinema surround. Isso quer dizer que a barulheira original do show de uma banda de rock chegará igualzinha às caixas acústicas da sala

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Web e culinária

Os aparelhos digitais terão entrada para todo tipo de periférico: teclado para acessar a rede, joystick para detonar games e até impressora para baixar receitas da TV

Gravação sob medida

O videocassete será aposentado por DVDs graváveis e gravadores digitais com disco rígido. Não será preciso programar horário nem canal. Bastará escolher seus programas favoritos e os aparelhos gravarão automaticamente

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Sinal analógico

Os modelos atuais têm um formato de tela mais curto que os digitais e baixa nitidez. É que o sinal das emissoras ricocheteia nas paredes de casas e prédios e a imagem chega com fantasmas e chuviscos

Digital padrão (SDTV)

A tela dos digitais tem proporção de cinema, bem mais larga que a dos aparelhos tradicionais. Da mesma forma que o analógico, o SDTV oferece 480 linhas de resolução – mas a imagem não sofre interferência e tem qualidade de DVD

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Digital de alta definição (HDTV)

Transmissão com qualidade de cinema, impecável e cheia de detalhes. Os programas utilizam 1 080 linhas de resolução e o triplo de pontos luminosos para formar a imagem na tela. A qualidade é até dez vezes melhor que a das TVs de hoje

Tudo sob controle

Facilidade – Nos controles remotos, com tela de cristal líquido por toque, o usuário vai escolher no visor tudo o que quer fazer: conferir o extrato do banco, enviar recados para o apresentador e mudar de canal. Nas versões mais simples, os botões continuarão fazendo todas as funções

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Disponibilidade – O carro dos sonhos apareceu na TV. Aperte o controle remoto, escolha a cor, o modelo e vá buscar. Onde? A propaganda já traz o endereço da loja mais próxima. Na TV digital, basta preencher um cadastro online, com nome e endereço, para personalizar o aparelho

Interatividade – Esqueça o telefone para participar de votações e enquetes. Dá para resolver tudo pelo controle remoto – até jogar game shows ou apostar em concursos em tempo real.

TV a tiracolo

Um dos maiores trunfos da TV digital é a possibilidade de transmissão para aparelhos portáteis, como celulares e palms, ou em movimento, como TVs em carros. Como o sinal pega em qualquer veículo até 200 km/h, ônibus e metrô estão dentro do alcance; aviões estão fora

A TV digital vai servir para fazer compras, escolher ângulos de câmeras ou surfar na web. Uma linha telefônica embutida permite o envio de informações para a emissora

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