Texto Maurício Moraes
Que o carro elétrico é uma esperança high tech para reduzir o aquecimento global e a poluição nas cidades, todo mundo sabe. O que pouca gente sabe é que, na verdade, a tecnologia já existe há muito tempo – no começo do século 20, os veículos elétricos dominavam as ruas. E, 100 anos depois, o melhor deles está de volta: o Detroit Electric, que foi lançado em 1908, voltará a ser produzido nos EUA.
A caranga foi fabricada até 1939, mas poucas unidades sobreviveram. Hoje, um exemplar bem conservado vale aproximadamente US$ 20 mil, mas a versão zero-quilômetro vai custarmais caro – em torno de US$ 35 mil.
Por essa grana, você levará um veículo quase idêntico ao do século passado. As únicas mudanças serão os cintos de segurança e as baterias, que terão uma composição menos poluente (será parecida com a das baterias usadas em carros híbridos, como o Toyota Prius).
A idéia do relançamento é atrair colecionadores e chamar atenção para a marca Detroit – que pretende começar a produzir, também, veículos elétricos com tecnologia contemporânea.
Pelos padrões de hoje, o Detroit Electric tem desempenho ridículo (veja abaixo). Mas, em 1908, era um carrão: o gênio Thomas Edison, inventor da lâmpada elétrica, dirigia um. E Henry Ford comprou um Detroit para a esposa. É que, na época, o carro fazia sucesso entre a mulherada. Pode parecer incrível, mas até o início dos anos 20 os carros a gasolina precisavam ser ligados com “maniveladas”, e seus faróis eram a querosene. O Detroit era muito mais prático: tinha faróis elétricos e bastava girar a chave para dar a partida no motor – como nos carros de hoje.
De volta para o passado
Conheça o Detroit de 1908, que vai voltar ao mercado. Versão 2008 será quase idêntica e vai custar US$ 35 mil – mesmo preço, nos EUA, de uma superluxuosa Mercedes-Benz.
Autonomia
A bateria agüentava de 100 a 160 quilômetros. Tudo dependia do terreno – o carro não rendia bem em ruas muito íngremes ou cheias de buracos.
Pneus
Vinha equipado com pneus de borracha maciça. Pneus macios como os atuais eram vendidos como opcional.
Velocidade
4 0 km/h, no máximo. Em compensação, o carro já tinha câmbio manual de 5 marchas, como os de hoje em dia.
Potência
15 cavalos, muito pouco para empurrar a carroceria de 1 200 kg. Hoje, até os carros populares atingem 70 cavalos.
Direção
Em vez de volante, uma alavanca localizada à esquerda do motorista girava as rodas para o lado desejado.