O teorema do macaco infinito

Imagine um macaco digitando aleatoriamente numa máquina de escrever. Dado tempo infinito, ele conseguiria reproduzir Hamlet, de Shakespeare.

Essa ideia, conhecida como teorema do macaco infinito, mostra que até eventos extremamente improváveis podem ocorrer — se houver tempo ilimitado.

O conceito foi proposto em 1913 pelo matemático Émile Borel, para ilustrar que probabilidades ínfimas são, na prática, impossíveis.

Em termos matemáticos: num teclado de 50 teclas, a chance de digitar “sim” ao acaso é 1 em 125 mil. Mas, com tempo infinito, ela existe.

Ou seja: com tempo infinito, qualquer sequência de letras — até um livro inteiro — pode surgir. Mas isso é apenas um experimento mental.

Em 2003, seis macacos reais foram postos diante de um computador por quatro semanas. O resultado? Seis páginas com a letra “S”.

Os macacos também bateram e urinaram no teclado. O experimento serviu mais como arte do que como ciência, segundo os organizadores.

Em 2024, um estudo calculou que um computador levaria 102 trilhões de vezes a idade do Universo para escrever Dom Quixote ao acaso.

Outro cálculo mostrou que todos os chimpanzés do mundo, digitando até o fim do Universo, não chegariam nem perto de escrever Shakespeare.

O teorema, afinal, é uma metáfora poderosa: mostra como a probabilidade e o tempo infinito se cruzam — e como o impossível pode ser apenas questão de tempo.