Por que raramente comemos carne de animais carnívoros?

A maioria dos animais que os seres humanos comem – vacas, galinhas e porcos – são herbívoros ou onívoros. Você não vai ver alguém fazendo churrasquinho de leão e onça.

Mesmo assim, alguns Homo sapiens ao redor do mundo comem animais carnívoros. Carne de urso é consumida em alguns lugares, e crocodilos e jacarés são quitutes gastronômicos em outros.

Além disso, a maioria dos peixes consumidos por seres humanos são predadores que se alimentam de outros peixes, com dietas estritamente carnívoras.

Mas é inegável que há uma preferência pelos animais herbívoros. Alguns motivos explicam isso. O primeiro tem a ver com doenças.

Animais carnívoros não só carregam seus próprios microrganismos durante a vida, mas também acumulam os micróbios e parasitas dos outros animais que eles comem.

Quanto mais no topo da cadeia alimentar, mais o predador acumulou possíveis patógenos das presas.

Não só: muitos carnívoros não são gostosos. Os predadores, que tendem a ser mais magros e fortes, costumam ter menos gordura e fibras musculares mais grossas – carne mais dura e menos suculenta.

Um dos principais motivos para não comer carnívoros é a ineficiência da prática. Já é um baita gasto ecológico e energético criar bovinos, suínos e aves para consumo.

São empregados mais de 15 mil litros de água para produzir um quilo de carne bovina. Pegar essa carne e usá-la para alimentar um leão para, então, comer sua carne, não faz muito sentido.

Isso é explicado por um conceito básico da biologia, os níveis tróficos. Os níveis mais baixos, ocupados pelos produtores, exigem menos energia para sustentar a vida.

Os carnívoros exigem mais energia do que os herbívoros, e isso não só é ineficiente como é caro.