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House of the Dragon: George R. R. Martin critica mudanças “tóxicas” na série

O autor dos livros de “Game of Thrones” não parece estar muito feliz com a adaptação – e revelou que alterações ainda mais drásticas devem vir nas próximas temporadas.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 9 set 2024, 14h56 - Publicado em 5 set 2024, 18h00

A segunda temporada de House of The Dragon terminou no começo de agosto, trazendo um fim morno que dividiu a opinião dos telespectadores. Entre o time que parece não estar curtindo muito os rumos da história está ninguém menos que George R. R. Martin, o autor dos livros que deram origem ao universo de Game of Thrones.

Em um post agora apagado em seu blog pessoal, o americano de 75 anos criticou mudanças da série em relação ao material original, deixando claro que não concordou com algumas decisões tomadas pela produção da obra do streaming – especialmente a exclusão de um personagem que deveria aparecer na última cena do primeiro episódio, mas foi cortado.

Além disso, adiantou que, para as próximas temporadas, mudanças ainda mais “drásticas” e “tóxicas” estão sendo planejadas pela equipe, dando a entender que não está nada feliz com isso.

A postagem foi apagada poucas horas depois, sem maiores explicações. Mas a página foi arquivada e é possível acessá-la aqui.

Martin é autor de “Fogo e Sangue”, spin-off adaptado em House of the Dragon, e das “Crônicas de Gelo e Fogo”, série de livros principais que deu origem a Game of Thrones. Atualmente, só cinco dos sete livros da saga foram publicados – as últimas temporadas de GoT, então, foram feitas sem base no material dos livros. Isso pode explicar, em partes, o porquê o final foi tão decepcionante para a maioria dos fãs. A história da nova série, porém, já está completa e publicada.

O autor é frequentemente consultado pela equipe da série, comandada pelo showrunner Ryan Condal, para opinar sobre a história. Mas, no fundo, não tem o poder de veto, já que os direitos da obra televisiva são da HBO. Apesar de ter feito críticas pontuais às séries da HBO, é a primeira vez que o autor fala de forma tão aberta que está descontente com a adaptação.

A mudança de House of the Dragon que irritou George Martin 

(A partir daqui, o texto pode conter spoilers sobre o livro ‘Fogo e Sangue’)

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No texto, o autor cita a metáfora do “efeito borboleta” para explicar o porquê não curtiu as mudanças. Essa alegoria diz sobre como mudanças aparentemente pequenas e insignificantes no presente podem ter consequências grandes e inesperadas no futuro.

Martin concentrou suas críticas a um ponto específico da série, a última cena do primeiro episódio da segunda temporada, em que acontece o evento chamado por fãs de “Sangue e Queijo” – quando Daemon Targaryen (Matt Smith) contrata dois assassinos para matar um dos filhos do rei Aegon II (Tom Glynn-Carney) com a rainha Helaena (Phia Saban), terminando com um bebê decapitado.

Há algumas mudanças nessa cena entre a série e o livro. No material original, a rainha tem três filhos: os gêmeos Jaehaerys e Jaehaera e o caçula Maelor. Quando os assassinos invadem seus aposentos, obrigam Helaena a escolher qual dos filhos homens deve morrer. Ela se desespera e tenta oferecer a própria vida no lugar, mas, no fim, acaba escolhendo o mais novo. A dupla de mercenários, porém, mata Jaehaerys (o mais velho e herdeiro) – e ainda dizem para o mais novo que a mãe escolheu-o para morrer.

Na s, o caçula Maelor não existe. Na cena, a escolha de qual filho deve morrer também não ocorre propriamente – a rainha precisa apontar qual dos dois é o filho homem, já que são jovens e muito parecidos. “Na minha opinião, o aspecto de ‘a escolha de Sofia’ é a parte mais impactante da sequência, a mais sombria, a mais visceral. Eu odiei a perda disso [na série]. E, a julgar pelos comentários online, a maioria dos fãs parece concordar”, escreveu ele.

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Mas não foi a cena em si que motivou a postagem crítica. Martin diz que discorda veementemente da decisão de cortar Maelor da adaptação – justamente por conta do efeito borboleta. O personagem, que é um bebê sem falar nos livros, de fato não tem uma relevância por si só. Mas sua existência (e sua eventual morte) desencadeia uma série de eventos que alteram a trajetória de personagens importantes, como Helaena e até Rhaenyra (Emma D’Arcy) – que não falaremos aqui porque ainda podem acontecer na série, então seriam spoilers.

Ou seja: essa mudança específica foi só um exemplo citado pelo autor para criticar os rumos que a série está tomando e as alterações feitas na história sem que ele concorde. E ele se adiantou e disse que, para as temporadas 3 e 4, há “borboletas ainda maiores e mais tóxicas” sendo planejadas – dando a entender que a série deve se distanciar ainda mais do material original, contra sua vontade.

A postagem foi excluída pouco tempo depois, e não se sabe exatamente o motivo. Talvez porque o autor tenha dado um grande spoiler para as próximas temporadas da série, confirmando que a morte de uma personagem importante que acontece no livro também vai rolar, de forma parecida, nas telas (o que provavelmente não agradou a produção…).

 

Em um pronunciamento enviado ao site Variety, um porta-voz da HBO minimizou as críticas: “Há poucas pessoas que são mais fãs de George R.R. Martin e seu livro do que a equipe criativa de ‘House of the Dragon’. É comum que, ao adaptar um livro para as telas, o showrunner acaba sendo obrigado a fazer escolhas difíceis sobre os personagens e histórias que o público acompanhará. Acreditamos que Ryan Condal e sua equipe fizeram um trabalho extraordinário e os milhões de fãs que a série acumulou nas duas primeiras temporadas continuarão a apreciá-la”, diz.

A nova publicação de George Martin já estava prometida há um tempo: no dia 30 de agosto, ele disse que falaria sobre “tudo que deu errado em ‘House of the Dragon’”. E muito provavelmente foi só uma amostra grátis de seu descontentamento.

A escritora Xiran Jay Zhao, que é amiga pessoal de Martin, escreveu em seu próprio blog defendendo o autor e dizendo que ele pegou leve. Segundo ela, em uma conversa particular semanas atrás, o americano teria feito críticas muito maiores e mais pesadas à série do que a postada.

“Acredito que isso foi proposital e estratégico”, escreveu ela. “Ele ainda não está fazendo uma grande bagunça com a HBO, mas está mostrando a eles que poderia fazer. [Martin] fez isso como um tiro de advertência para que comecem a ouví-lo, porque claramente ele teve acesso a alguns planos muito perturbadores para as próximas temporadas. Se ele só quisesse reclamar por reclamar, há coisas muito mais picantes que ele poderia ter dito.”

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Ou seja: assim como os Targaryens, o autor e a HBO parecem estar ensaiando uma guerra civil. Talvez o drama se desenrole mais nos próximos capítulos.

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