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Por Bruno Garattoni
Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
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Coquetel de antivirais reduz em 40% a duração da Covid-19, aponta estudo

Nova combinação de remédios, que inclui três medicamentos usados contra hepatite e HIV, obtém resultados promissores, com 0% de óbitos e sem efeitos colaterais graves; trabalho chinês foi revisado por cientistas independentes e publicado no jornal científico "Lancet"

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Atualizado em 13 Maio 2020, 18h15 - Publicado em 13 Maio 2020, 17h24

Combinação de remédios, que inclui uma proteína e três medicamentos usados contra hepatite e HIV, não causou efeitos colaterais graves; todos os 127 pacientes avaliados pelo estudo, feito por cientistas chineses e publicado na revista “Lancet”, se curaram da doença

No estudo, 127 pacientes internados com Covid-19 em hospitais de Hong Kong foram divididos aleatoriamente em um grupo de teste (com 86 pessoas) e um grupo de controle (41 pessoas). Os pacientes do grupo de teste receberam um coquetel de medicamentos antivirais: ribavirina (normalmente usada contra a hepatite C), lopinavir e ritonavir – que costumam ser usados em conjunto para controlar a infecção pelo vírus HIV. O tratamento também incluiu três injeções de interferon beta-1b, uma proteína que controla a inflamação nos tecidos. 

Após 7 dias, em média, as pessoas estavam curadas da Covid-19 e não apresentavam mais traços do vírus no organismo – contra 12 dias do grupo de controle. Além de acelerar a cura em 40%, o tratamento também reduziu em 38% o período de hospitalização, que foi de 9 dias em média (contra 14,5 dias no grupo de controle). 

Antes de ser publicado no Lancet, o estudo passou pelo processo de revisão por pares (peer review), no qual cientistas que não participaram do trabalho analisam seus métodos e conclusões. O número de pacientes avaliados, 127, corresponde a 80% de todos os casos de hospitalização por Covid-19 em Hong Kong durante o período do estudo, 10 de fevereiro a 20 de março. 

Nenhum paciente morreu. É um resultado bem melhor do que o obtido, nos EUA, por um estudo com o medicamento remdesivir – que também reduziu a duração da Covid-19, mas apresentou 8% de óbitos (contra 11,6% no grupo de controle). Ao contrário do remdesivir, que acaba de ser aprovado emergencialmente pela FDA, o coquetel utiliza antivirais que já estão no mercado – e não apresenta, os efeitos colaterais da cloroquina, como problemas cardíacos. No estudo, provocou apenas náusea e diarréia (com exceção de um paciente, que desenvolveu hepatite medicamentosa por causa do lopinavir-ritonavir e teve o tratamento interrompido). 

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O tratamento foi iniciado em média cinco dias após o surgimento dos sintomas de Covid-19, mas o estudo chinês também incluiu pacientes em estágio mais avançado, que apresentavam sintomas há mais de uma semana. 

O estudo seguiu o método open label, ou seja, os médicos e pacientes sabiam quais medicamentos estavam sendo ministrados. Não foi do tipo duplo cego – no qual ninguém, nem mesmo os médicos, sabe quem está recebendo as drogas e quem está tomando placebo (o que gera resultados estatisticamente mais confiáveis). 

O grupo de controle também teve uma particularidade: seus 41 pacientes não receberam placebo. “Como um grupo placebo geralmente não é aceito na cultura chinesa (…) o grupo de controle recebeu lopinavir-ritonavir”, escreveram os cientistas. Isso sugere que a ribavirina e o interferon beta-1b sejam cruciais na redução da duração da Covid-19 – mas não dá para afirmar que tenham esse efeito sem a ajuda do lopinavir-ritonavir. Também é possível que, se comparado a um grupo “placebo puro”, sem ação farmacológica, o coquetel de quatro medicamentos se mostrasse ainda mais eficaz. 

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