Cientistas criam embriões de “dino-galinhas”
Por Fábio Marton Crânio dos embriões de uma galinha normal, da “dino-galinha” e de um jacaré americano (aligátor) [Bhart-Anjan Bhullar] As aves não são apenas descendentes dos dinossauros. Elas são dinossauros. Aqueles que tiveram menos sorte contra o cometa são chamados dinossauros não avianos. “Existem entre 10 mil e 20 mil espécies de aves vivas hoje em […]
Por Fábio Marton
Crânio dos embriões de uma galinha normal, da “dino-galinha” e de um jacaré americano (aligátor) [Bhart-Anjan Bhullar]
As aves não são apenas descendentes dos dinossauros. Elas são dinossauros. Aqueles que tiveram menos sorte contra o cometa são chamados dinossauros não avianos. “Existem entre 10 mil e 20 mil espécies de aves vivas hoje em dia, o que é no mínimo o dobro que o número total de espécies de mamíferos”, afirmou o paleontólogo Bhart-Anjan Bhullar, da Universidade de Yale, ao site LiveScience. “De várias maneiras, ainda é a era dos dinossauros.”
Bhart é autor de uma pesquisa que reverteu a evolução de uma característica das aves, de forma a explicar como ela surgiu. Uma característica que está na cara: o bico. Os cientistas fizeram isso criando embriões de, em suas próprias palavras, “dino-galinhas”.
Funcionou assim: no desenvolvimento embrionário das aves, dois ossos chamados pré-maxilares se esticam e depois se fundem para formar o bico. Duas proteínas responsáveis pela criação da face, a FGF e a Wnt, se expressam de formas diferentes em aves e répteis. Suprimindo a ação dessas proteínas, os cientistas fizeram com que embriões de galinha mantivessem sues pré-maxilares curtos e separados.
Os ovos de dino-galinhas não foram chocados até o fim porque os cientistas não previram essa fase no seu protocolo de aprovação da pesquisa. Assim, o mundo foi privado de uma imagem bem mais interessante que as caveirinhas acima, e da resposta para a ancestral questão de “que gosto tinham os dinossauros?”.
O paleontólogo Jack Horner, da Universidade Estadual de Montana, está trabalhando, literalmente, em outra direção: tentando criar aves com rabos compridos, como seus ancestrais. “Estamos tendo um pouco mais de problemas com a cauda. Existem muitos componentes”, afirmou, ao site da Nature. “Isso nos dará a oportunidade de pensar em como fazer novos tipos de animais.”