8 histórias reais que inspiraram filmes de terror

Com os lançamentos de vários filmes de terror inspirados nos casos dos Warren, a frase “baseada em fatos reais” voltou a ter um peso especial nos filmes do gênero. Mas muitos outros filmes foram baseados em histórias e crimes tão assustadores quanto o Poltergeist de Einfeld, caso que inspirou Invocação do Mal 2.

Confira abaixo 8 casos assustadores e reais que acabaram indo parar no cinema. Se quiser saber mais sobre o tema, veja nossos posts Os 5 melhores casos de Ed e Lorraine Warren e também 5 filmes de terror baseados em fatos reais.

1) A tortura de Sylvia Likens

Inspirou: Um Crime Americano (2007)

Em 1965, um casal que trabalhava em um parque de diversões itinerante deixou suas duas filhas adolescentes, Sylvia Likens e Jenny Likens, sob os cuidados de Gertrude Baniszewski, uma conhecida cujos filhos frequentavam a mesma escola que as irmãs Likens. As meninas ficariam sob os cuidados de Gertrude por algum tempo e a mulher foi paga durante o período.

Em poucas semanas, Gertrudes começou a maltratar física e verbalmente as meninas, acusando-as de promiscuidade e roubo. As agressões foram piorando com o passar do tempo, principalmente com Sylvia, a mais velha. Gertrude começou a convidar outras pessoas para participar de sessões de tortura, como os próprios filhos menores de idade e vizinhos. A garota de 16 anos foi espancada com diversos objetos, queimada com cigarros, forçada a ficar sem comer, insultada e teve objetos introduzidos em si por 3 meses, até que não suportou mais as torturas e faleceu.

Gertrude foi acusada de assassinato em primeiro grau e condenada à prisão perpétua. Surgiram, mais tarde, rumores de que Baniszewski era obcecada pelos filhos e sentia um ciúme irracional deles, fazendo com que achasse que Sylvia seria uma ameaça para ela. O crime causou choque e indignação geral, sendo conhecido como o pior ato criminoso contra um indivíduo em Indiana.

2) Ivan Milat, o assassino nos mochileiros

Inspirou: Wolf Creek – Uma viagem para o inferno (2005)

Na década de 90, nos arredores de Sydney, um grupo de andarilhos encontrou dois corpos em decomposição na floresta. Ao ser alertada, a polícia australiana passou a investigar o caso e descobrir mais corpos em covas rasas na mesma floresta. As investigações do caso foram se aprofundando, até que um turista procurou a polícia após ser abordado por um homem armado que dizia se chamar Bill.

O retrato falado feito pelo turista apontou para Ivan Milat, um homem que já tinha passagem pela polícia por estupro (crime no qual também usou o nome Bill). Na primeira busca na casa do suspeito, foram encontradas armas, equipamentos e bens retirados de suas vítimas. Ivan Milat foi condenado à prisão perpétua seis vezes e é um dos serial killers mais famosos da Austrália. Foram atribuídos a ele 7 assassinatos e ele é suspeito de muitos outros.

3) O exorcismo de Anneliese Michel

Inspirou: O Exorcismo de Emily Rose (2005)

Anneliese Michel era uma garota alemã de família muito religiosa. Aos 16 anos, começou a apresentar um comportamento estranho, o que a fez ser internada numa clínica psiquiátrica por esquizofrenia em 1970. Passou um ano internada e, mesmo depois de ser liberada da clínica, ainda alegava ouvir vozes e ter visões estranhas. Mesmo usando remédios e fazendo tratamentos médicos, a garota ainda era perturbada por visões de faces demoníacas, principalmente durante suas orações.

Como os tratamentos médicos não funcionavam e não havia uma explicação para os sintomas, Anneliese e sua família começaram a achar que ela estava possuída por alguma entidade maligna. A tese dos Michel só se reforçou quando a garota começou a sentir aversão a cruzes e imagens que remetiam ao cristianismo.

Anneliese chegou a um estado crítico em que agredia e insultava sua família, gritava ao destruir imagens de Jesus e crucifixos, comia insetos e bebia sua própria urina. Nesse ponto, seus pais pediram à Igreja Católica para que um exorcismo fosse feito. Depois de muito custo, um bispo autorizou um padre a exorcizar a menina.

Mais de 60 exorcismos foram feitos em Anneliese Michel, mas nenhum parecia funcionar. Alguns padres acreditavam que a garota havia sido possuída por mais de um demônio. A situação de Anneliese só piorou, até que acabou em sua morte em 1º de julho de 1976 por desnutrição e desidratação. Seus pais e os padres foram acusados e condenados por homicídio por negligência. Muitos defendem que Anneliese não estava possuída – ela teria um quadro de esquizofrenia que não foi propriamente tratado.

4) Ed Gein, o alfaiate de cadáveres

Inspirou: O Massacre da Serra Elétrica (1974)

Alguns desaparecimentos começaram a acontecer em Painfield, EUA, na década de 40. A maioria, de alguma forma, tinha alguma ligação com Edward Gein. Os investigadores começaram a suspeitar de Ed, como era conhecido, quando uma mulher chamada Bernice Worden desapareceu da loja em que trabalhava logo após Gein ser seu último cliente.

A polícia fez uma busca na casa de Gein, que morava sozinho numa área rural. Muitos policiais ficaram chocados ao entrar no celeiro, onde encontraram corpos abertos sem a cabeça e nem os órgãos (um deles pertencia a Bernice Worden) e objetos feitos com partes de corpos femininos, como um cinto feito de seios e uma roupa toda costurada com pele humana. Dentro da casa ainda foram encontradas partes de corpos de várias mulheres, inclusive a vulva de sua própria mãe, que havia morrido de derrame.

Edward confessou dois assassinatos, alegando não se lembrar dos detalhes e dizendo que tudo acontecia de forma confusa. Também contou à polícia que roubou muitos corpos de cemitérios. Por ser considerado mentalmente incapaz de ser julgado, Gein foi internado numa clínica psiquiátrica.

Por exames, foi constatado que Gein tinha problemas com mulheres. Ele tinha uma relação de amor e ódio com o sexo oposto que vinha de uma relação complicada com sua mãe, muito religiosa e protetora. Após passar cerca de 10 anos internado, Gein se tornou apto para o julgamento. Porém, como entendeu-se que ele cometeu os crimes enquanto ainda estava doente, foi sentenciado a passar o resto da vida na clínica psiquiátrica. Ele morreu de câncer de pulmão em 26 de julho de 1984.

5) A assombração da família Snedeker

Inspirou: Evocando Espíritos (2009)

A família Snedeker se mudou para Southington, EUA, para ficar mais próxima da clínica na qual seu filho mais velho, que tinha câncer, recebia tratamento. A família dizia não saber, mas a casa para a qual se mudaram tinha sido uma funerária no passado – a Casa Funerária Hallahan.

O filho mais velho da família começou a alegar que via fantasmas na casa, mas, como o garoto passava pelo tratamento de sua doença, as visões foram atribuídas aos remédios fortes que tomava. Com o passar do tempo, a personalidade do garoto mudou drasticamente, transformando-o numa pessoa violenta e sombria. Sua doença também piorou. Outros membros da família começaram a sentir presenças e toques estranhos dentro da residência.

Ed e Lorraine Warren foram chamados para estudar o que acontecia na casa. O casal passou muitas semanas na casa e, antes de ir embora, assegurou a família de que a casa já estava “limpa” de energia sobrenatural, o que, por coincidência ou não, aconteceu junto com a recuperação do filho mais velho da família. Os Snedeker se mudaram da casa após dois anos.

O caso da Casa Hallanan ficou conhecido nos EUA e muitas teorias e boatos surgiram em torno dele. Alguns dizem que os espíritos na casa queriam se vingar porque os funcionários da funerária praticavam necrofilia com seus corpos. Outros dizem que rituais satânicos eram feitos dentro da casa usando alguns corpos.

Vale dizer que muita gente não dá crédito nenhum a esse caso. Ray Garton, escritor contratado pelos Warren para registrar o evento, disse que as histórias da família não batiam e que ele foi orientado pelos Warren a “inventar” coisas para que a trama contada no livro fizesse sentido. Os Snedeker, assim como os Lutz de Amityville, fizeram muito dinheiro contando e vendendo sua história para livros, programas de TV e filmes.

6) Alexander “Sawney” Bean

Inspirou: Quadrilha dos Sádicos (1977)

Alexander “Sawney” Bean foi um escocês que viveu no século 16 (não se sabe ao certo a data). Ele teve 14 filhos, que se reproduziram incestuosamente e acabaram gerando um clã que emboscava e matava viajantes para roubar suas coisas. Todos moravam numa caverna escondida em uma área costeira, cuja entrada ficava bloqueada pela água quando a maré estava alta. Os corpos das vítimas eram levados para a caverna, onde eram desmembrados e comidos.

Mais de mil mortes foram creditadas ao clã. Eventualmente, eles foram descobertos e capturados vivos. As mulheres teriam sido queimadas vivas e os homens tido os genitais, as mãos e os pés arrancados e deixados para sangrar até a morte.

Essa história absurdamente sangrenta pode não ser verdade. É impossível atestar sua veracidade e, mesmo que haja um fundo real nela, é certo que foi “aumentada” ao longo dos anos. De qualquer forma, inspirou vários filmes, inclusive pelo mestre de terror Wes Craven.

Quadrilha de Sádicos conta a história de uma família de canibais que mora nas colinas do deserto de Nevada, nos EUA. Eles sobrevivem roubando e devorando viajantes. O filme teve um remake em 2006 chamado A Viagem Maldita.

7) Clairvius Narcisse

Inspirou: A Maldição dos Mortos Vivos (1988)

Clairvius Narcisse foi um homem haitiano que morreu e foi enterrado em 1962. Após alguns dias na cova, ele teria sido ressuscitado por um feiticeiro vodu, que o teria transformado em seu escravo, mantendo-o cativo com o uso de uma planta alucinógena colocada na comida. Essa história bizarra aconteceu mesmo e tornou Narcisse conhecido como um zumbi “de verdade”. Se quiser saber a história toda, a ME já fez uma reportagem contando os detalhes.

O caso virou o livro de não-ficção The Serpent And The Rainbow, do pesquisador Wade David, que foi ao Haiti investigar os acontecimentos. Wes Craven adaptou a história em A Maldição dos Mortos Vivos. No filme, um antropólogo norte-americano é enviado para o Haiti para estudar certo pó que poderia ter o poder de induzir as pessoas para a “morte” e as acordar depois em estado de transe. Além de ser um conto de terror, o filme é uma crítica também ao regime ditatorial que o Haiti vivia na época.

8) Ronald DeFeo

Inspirou: Terror em Amityville (1979)

Amityville talvez seja o caso mais famoso de filme de terror envolvendo uma história real. No dia 13 de novembro de 1974, Ronald DeFeo cometeu um massacre em sua casa, localizada no número 112 da Ocean Avenue. Utilizando uma espingarda, ele matou toda sua família – seu pai, sua mãe, seus dois irmãos e suas duas irmãs. DeFeo disse à polícia que uma voz o ordenou a cometer tal ato.

Cerca de um ano depois do massacre, em 1975, a família Lutz se mudou para a propriedade. George, Kathy e seus três filhos passaram a morar na casa de Ronald. Muitos fenômenos estranhos começaram a acontecer, como odores, ruídos e objetos que se movem sozinhos. A família mudou abruptamente de humor e um dos filhos teve uma das mãos esmagada por uma janela. A filha mais nova, Missy, arranjou um amigo imaginário, Jodie, que assume formas de anjo e de porco.

Os fenômenos foram tão intensos que os Lutz deixaram a casa após 28 dias. Ela ainda existe, foi reformada e estava sendo alugada há poucos anos. Os Lutz foram à imprensa com a história e ela acabou gerando livros e também uma franquia de filmes de terror que já acumula quase duas dezenas de longas-metragens.