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5 recordes perturbadores que a Terra quebrou em 2016

Vários marcadores da "saúde" do clima global quebraram recordes no ano passado, em um sinal incontestável de que ele está mudando para valer e para a pior

Por Vanessa Barbosa, de Exame.com
21 ago 2017, 17h47

Glaciares em declínio, concentração recorde de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, temperaturas extremas, marés ameaçadoras… vários marcadores da “saúde” do clima planetário quebraram recordes no ano passado, em um sinal incontestável de que ele está mudando, e para a pior.

É o que mostra o mais novo relatório da Sociedade Meteorológica Americana e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA). Compilado por mais de 500 cientistas de 60 países e divulgado anualmente, o estudo Estado do Clima de 2016 traz informações atualizadas sobre os indicadores globais relacionados às mudanças climáticas.

Ao lado do terrorismo, as mudanças climáticas são a maior ameaça à segurança no mundo, segundo um levantamento recente realizado pelo instituto Pew Research Center.

Conheça a seguir cinco importantes sinais que confirmam a tendência de aquecimento global perigoso no longo prazo, em grande medida estimulado pelas atividades humanas.

Temperatura da superfície global mais alta

Segundo o relatório da NOAA, tanto a temperatura da superfície terrestre global quanto a da superfície do mar registraram as maiores altas na série histórica, um fenômeno ajudado pelo forte El Niño no ano passado. Na região da atmosfera mais próxima da superfície da Terra, chamada de troposfera (situada de 10 km a 12 km de altitude), a média da temperatura global também foi a maior no registro.

Temperatura global da superfície em 2016 em comparação com a média 1981-2010
Temperatura global da superfície em 2016 em comparação com a média 1981-2010. (NOAA/Reprodução)
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A maré está subindo — com tudo

O nível médio global do mar atingiu um novo recorde em 2016: 82 mm superior à média de 1993, ano que marca o início dos registros por satélite. 2016 também foi o sexto ano consecutivo em que o nível global do mar aumentou em relação ao ano anterior.

Maior concentração de gases efeito estufa na atmosfera

As principais concentrações de gases de efeito estufa, incluindo o dióxido de carbono (CO2), o metano e o óxido nitroso, atingiram novos valores máximos durante 2016. A média de concentração global anual de CO2 atmosférico foi de 402,9 partes por milhão (ppm), superando em 3,5 ppm a média de 2015 no maior aumento anual observado em 58 anos.

A cada ano, as atividades humanas produzem mais CO2 do que os processos naturais podem absorver. Isso significa que o valor líquido de dióxido de carbono atmosférico nunca diminui. Assim, o acúmulo anual do gás segue subindo e contribuindo para mudanças climáticas mais perigosas.

Registro do aumento da concentração de CO2 na atmosfera em partes por milhão (ppm).
Registro do aumento da concentração de CO2 na atmosfera em partes por milhão (ppm). (NOAA/Reprodução)
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Ondas de chuva e secas se acentuaram

A intensificação do ciclo da água (o processo de evaporação da água no ar e a condensação como chuva ou neve) aumentou a variabilidade das chuvas em todo o mundo.

Além de muitas partes do globo terem experimentado grandes inundações em 2016, 12% da terra global atravessou condições de seca “severas”, o maior registro de estiagem de que se tem notícia. O Nordeste do Brasil foi castigado pela maior seca de sua história, a quinta onda em cinco anos consecutivos.

Declínio de glaciares e do gelo do mar

Pelo 37º ano consecutivo, as geleiras alpinas recuaram em todo o mundo. Essas geleiras são uma fonte importante de água para as comunidades locais, e suas perdas levantam preocupações quanto à segurança hídrica, particularmente em lugares como o Sudeste Asiático.

Já o gelo do mar Ártico atingiu a segunda mínima histórica para o verão. Combinados, o gelo do mar e a neve dos glaciais ajudam a tornar o planeta mais reflexivo ao calor e à energia do sol, o que ajuda a manter a mundo mais frio. À medida que a cobertura branca e gelada diminui, mais calor é absorvido pela Terra, e a água começa a aquecer mais rapidamente, retroalimentando o aquecimento do Planeta.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Exame.com

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