A ciência do céu estrelado
O resultado é que estamos conseguindo unir os extremos: as explicações que valem para o universo subatômico dos quarks e léptons, no interior dos átomos.
O homem sempre olhou para o céu em busca de respostas. Talvez o mais antigo observatório astronômico do mundo seja o descoberto em Stonehenge, Inglaterra. Erguido há 4 000 anos, era composto de dois círculos concêntricos de colunas monolíticas, arcos retangulares e orifícios. Traçando linhas que passam pelos pequenos buracos nas pedras, descobriu-se que eles correspondem à trajetória do Sol no dia de solstício (o dia mais longo do ano, no verão) e a algumas posições da Lua. Descobertas similares foram feitas nas pirâmides egípcias, cuja disposição está de acordo com os pontos cardeais. Essa preocupação em compreender o universo nunca foi abandonada. Nas últimas décadas, graças aos avanços da tecnologia, a astronomia parece ter resolvido o maior enigma: como o universo surgiu. A teoria do Big Bang vem recebendo seguidas confirmações, como a descoberta de que as galáxias estão se separando uma das outras. O resultado é que estamos conseguindo unir os extremos: as explicações que valem para o universo subatômico dos quarks e léptons, no interior dos átomos, precisam valer também para as macroestruturas de galáxias, quasares, buracos negros e sistemas estelares perdidos nos confins do mundo sideral. O quebra-cabeça começa a fazer sentido, mas há ainda muitas peças faltando. A busca, portanto, continua. Ainda não sabemos, por exemplo, se pode haver vida fora da Terra. Ou qual será o destino final do universo. Se juntarmos tudo o que sabemos, a impressão que fica é que talvez tenhamos conseguido abrir uma janela no universo, de onde o observamos sob certo ângulo e distância. Mas o que mais salta aos olhos é que ainda estamos muito distantes de entendê-lo na sua totalidade. Continuamos, afinal, a olhar o céu por um orifício, como nossos ancestrais de Stonehenge.